A Ponte de Öresund é considerada um marco da engenharia e um símbolo de cooperação entre nações. Inaugurada em 2000, após investimento de 30 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 4,3 bilhões), ela conecta Copenhague (Dinamarca) a Malmö (Suécia).
Com 16 km de extensão, sendo parte em túnel, a ponte consolidou-se como a mais longa rodoviária e ferroviária da União Europeia. Além disso, ela reduziu fronteiras e criou um dos maiores corredores de integração regional da Europa. Segundo a BBC News, a infraestrutura celebra 25 anos com resultados expressivos.
Ponte de Öresund e os impactos na economia
Os efeitos sobre a economia são claros. Conforme dados do Öresundsinstitutet, o deslocamento diário entre os dois países cresceu mais de 400% desde a inauguração. Além disso, o número de pessoas que se mudaram para o outro lado da fronteira subiu mais de 60%.
Outro ponto relevante é o empreendedorismo. Houve um aumento de 73% na criação de empresas em território vizinho. Grandes grupos, como o Ikea e o banco Ikano, transferiram escritórios para Malmö, dinamizando a cidade e criando milhares de empregos.
Impacto no comércio e na inovação
A ponte também impulsionou a inovação. De acordo com estudo da Universidade de Lund, Malmö registrou um crescimento superior em patentes e startups quando comparada a Estocolmo e Gotemburgo.
O comércio também se beneficiou. A integração elevou em 25% as trocas comerciais entre Dinamarca e Suécia, um número que dificilmente teria sido alcançado sem a ponte. Dessa forma, o corredor Öresund se tornou um dos polos mais vibrantes de negócios do continente.
Custos, mobilidade e barreiras sociais
O transporte pela ponte tem custos consideráveis. Uma viagem de trem entre Copenhague e Malmö custa cerca de US$ 17 (R$ 93), enquanto a travessia de carro chega a US$ 80 (R$ 438), embora existam descontos para usuários frequentes.
Em 2024, o tráfego ferroviário atingiu recorde, com 41 mil viagens diárias. Contudo, a superlotação é um problema crescente, e apenas em 2030 está previsto o lançamento de novos trens de maior capacidade.
Outro desafio é a mobilidade desigual. Mais de 95% dos passageiros viajam de Malmö para Copenhague, em busca de melhores salários e diversidade de empregos. Além disso, diferenças nos sistemas de previdência, impostos e benefícios sociais ainda criam barreiras.
O futuro da Ponte de Öresund
Apesar dos obstáculos, a ponte segue como referência global em integração. Ela inspirou obras como o túnel Fehmarnbelt, que ligará Dinamarca e Alemanha, e projetos de novas conexões entre Malmö e Copenhague, incluindo túneis e até metrô transfronteiriço.
No atual cenário geopolítico, marcado pela guerra na Ucrânia e pela entrada de Suécia e Finlândia na Otan, conexões fixas como a Ponte de Öresund ganham importância estratégica. Portanto, ela continua sendo um exemplo de como a cooperação pode impulsionar economias, gerar inovação e fortalecer laços entre países vizinhos.