Desde junho de 2025, seis comunidades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná desenvolvem o projeto Educação em Agroecologia, que une aulas de música clássica, com a Orquestra Popular Camponesa, e práticas agroecológicas. Assim, as escolas do campo se transformam em espaços de formação integral, envolvendo cerca de 260 crianças e jovens assentados e acampados.
O programa surgiu da parceria entre a Secadi/MEC, o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o MST. Além disso, conta com 24 profissionais que organizam hortas comunitárias e agroflorestas, garantindo ambientes de aprendizagem prática e coletiva.
Educação em Agroecologia: escolas como centros de transformação
De acordo com Jovana Cestile, coordenadora do projeto no assentamento Eli Vive, o propósito vai além do ensino formal.
“O projeto tem esse compromisso de trabalhar a educação e a agroecologia nos espaços das escolas, vendo a escola como um espaço de aprendizagem, de troca de experiência e de contribuição com as unidades produtivas das famílias.”
Assim, cada escola do campo é fortalecida como centro de formação integral, onde teoria e prática se encontram para gerar autonomia, cultura e sustentabilidade.
Música como reparação histórica
De acordo com Valter Leite, dirigente nacional do Setor de Educação do MST, o projeto representa uma reparação histórica. Ele explica que democratizar o acesso à música e à agroecologia fortalece direitos negados ao povo do campo. Ademais, a consolidação da Orquestra Popular Camponesa ocorre em sintonia com arranjos produtivos como hortas e agroflorestas educativas.
Já Igor de Nadai, coordenador do projeto de educação em agroecologia no Paraná, complementa a visão:
“A Orquestra tem esse objetivo, de que um menino, uma menina do campo possa tocar um violino nas mesmas condições dos melhores conservatórios dos centros urbanos.”
Logo, a música se torna ferramenta de inclusão cultural e de valorização das juventudes rurais.
Educação em Agroecologia no Paraná: comunidades atendidas
As atividades chegam a crianças e jovens de 6 a 17 anos nos seguintes territórios:
- Assentamento Eli Vive (Londrina)
- Acampamento Herdeiros da Luta de Porecatu (Porecatu)
- Assentamento Dorcelina Folador (Arapongas)
- Assentamento Valmir Motta de Oliveira (Cascavel)
- Acampamento Maila Sabrina (Ortigueira)
- Acampamento Zilda Arns (Florestópolis)
Educação do Campo no Paraná
Em cada uma dessas comunidades, ao menos uma horta agroecológica, uma agrofloresta ou um núcleo de ensino musical foi estruturado, ampliando experiências que já existiam. Além disso, como explica Jovana Cestile, essas ações podem se multiplicar em outras localidades, irradiando boas práticas agrícolas e educativas.
Ao integrar música, agroecologia e educação do campo, o projeto de educação em agroecologia no Paraná inspira novas gerações a cultivar tanto a terra quanto a sensibilidade artística. Mais do que aulas, trata-se de uma semente de transformação cultural e social, que fortalece a reforma agrária popular e projeta horizontes de dignidade para o futuro.
Saiba mais no site oficial do MST.