Categoria Saúde

Risco de autismo em bebês: exame ocular rápido gera debate

Exame ocular aprovado nos EUA promete detectar risco de autismo em bebês em 15 minutos. Especialistas pedem cautela e reforçam necessidade de múltiplos sinais e terapias precoces.

O G1 informou que, em 08/2023, os EUA aprovaram um teste que promete identificar o risco de autismo em bebês em apenas 15 minutos. O exame acompanha os movimentos dos olhos enquanto a criança assiste a vídeos e fornece resultados imediatos.

Esse avanço certamente busca acelerar o diagnóstico, que hoje ocorre apenas após avaliação clínica feita por uma equipe multidisciplinar a partir dos 18 meses. Entretanto, especialistas reforçam que a detecção precoce do autismo precisa considerar múltiplos sinais e contextos, sobretudo porque o espectro é muito diverso.

Limites e controvérsias no exame de risco de autismo em bebês

O psiquiatra Guilherme Polanczyk, da USP, enfatiza que o transtorno do espectro autista (TEA) apresenta formas variadas. Nem todas as pessoas com TEA mostram dificuldades no contato ocular; portanto, reduzir o diagnóstico a um único marcador pode gerar falhas.

Além disso, Polanczyk defende que o exame passe por validações em diferentes populações, inclusive em crianças com TDAH ou alterações sensoriais. Ele também adverte que profissionais precisam receber treinamento adequado. Caso contrário, o risco aumenta de aplicar a tecnologia de forma equivocada e sem garantir acesso a intervenções necessárias.

Intervenções precoces continuam fundamentais

O neuropediatra Carlos Gadia lembra que sinais como ausência de comunicação aos três anos ou regressão de habilidades exigem atenção imediata. Assim, ele reforça que o tratamento envolve acompanhamento multidisciplinar, especialmente com terapias comportamentais e fonoaudiológicas.

No Brasil, o rastreamento de autismo em bebês ocorre pelo SUS, por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Atualmente, 577 unidades oferecem atendimento especializado. Conforme o IBGE, 2,4 milhões de brasileiros já receberam diagnóstico de TEA. Nos EUA, surpreendentemente, uma em cada 31 crianças vive com o transtorno.

Pesquisas sobre risco de autismo em bebês continuam avançando

Embora o método seja polêmico, ele mostra que a ciência continua expandindo ferramentas para rastreamento precoce. Afinal, o espectro autista permanece em estudo e segue sendo compreendido como um conjunto amplo de manifestações.

Mais detalhes podem ser conferidos no portal G1.

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