A FIEC lançou nesta terça-feira (19/08), em Fortaleza, a expansão da Facility de Investimentos Sustentáveis (FAIS) para o bioma Caatinga. A iniciativa, desenvolvida com o Instituto Amazônia +21, pretende mobilizar capital privado e filantrópico para projetos socioambientais que unam preservação e geração de renda.
O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, ressaltou que o semiárido nordestino precisa de atenção estratégica. “Este momento representa um ponto de partida para desenvolvermos projetos que promovam replantio e preservação, com corresponsabilidade de empresas, sociedade e investidores”.
Caatinga ganha protagonismo socioambiental com a FIEC
A solenidade reuniu autoridades do setor produtivo e ambiental. Marcelo Thomé, presidente do Instituto Amazônia +21, destacou o caráter transformador da iniciativa. “A Caatinga apresenta enorme potencial para o mercado de carbono. Assim, a Facility permitirá estruturar múltiplos projetos alinhados à realidade local e criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável”.
A secretária do Meio Ambiente do Ceará, Vilma Freire, enfatizou que a Caatinga é o bioma que mais captura carbono no país. “Ademais, ela possui capacidade para gerar emprego, renda e preservação. Esta parceria com a FIEC coloca o bioma em evidência no cenário nacional”.
Estrutura da Facility e áreas de atuação da FIEC
A FAIS opera com base em Blended Finance. Portanto, combina recursos de diferentes perfis de investidores em quatro frentes: investimento, engajamento, assistência técnica e geração de conhecimento. Conforme explicou Edgar Gadelha, diretor financeiro da FIEC, a Facility já consolidou infraestrutura capaz de atrair fundos nacionais e internacionais.
Os recursos serão aplicados em projetos de bioeconomia, agricultura de baixa emissão, energia renovável, turismo sustentável e desenvolvimento territorial. Além disso, a experiência bem-sucedida da FAIS na Amazônia será replicada no semiárido, fortalecendo governança e segurança jurídica.
Próximos passos e impactos previstos
Segundo Fernando Penedo, diretor de Operações do Instituto Amazônia +21, o cronograma prevê cerca de 260 projetos, com expectativa de retorno sete vezes superior ao valor investido. “O projeto começa hoje, com cinco meses de preparação para definir áreas, parceiros e veículos financeiros. Em 2026, iniciaremos a implementação de longo prazo”, explicou.
Daniel Fernandes, presidente da Associação Caatinga, ressaltou que o Ceará possui 47 Unidades de Conservação. “Nosso objetivo é reduzir áreas que sofreram degradação e ampliar reservas. Afinal, este é um momento de transformação para o bioma, com união de esforços entre setor privado, governo e sociedade”.
Ricardo Cavalcante concluiu lembrando o histórico da federação. “A FIEC tem dedicado esforços à pauta ambiental nos últimos cinco anos. Atualmente, mais de 50 empresas participam de nosso sistema. Assim, unimos ESG e reflorestamento para ampliar a proteção da Caatinga”.