Categoria Cotidiano

A urgência de enfrentar a adultização de crianças

Adultização de crianças cresce com redes sociais e consumo precoce. Quatro passos podem barrar esse fenômeno: proteção digital, brincar livre, supervisão e apoio ao PL 2628.

O fenômeno da adultização de crianças tem crescido com o avanço das redes sociais e do consumo digital. Especialistas do Instituto Alana alertam que famílias, Estado e sociedade precisam agir de forma conjunta para proteger o direito das crianças a viver plenamente sua infância.

Dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024 apontam que 60% das crianças de 9 a 10 anos já têm conta em pelo menos uma rede social, embora a maioria das plataformas exija idade mínima de 13 anos. Essa exposição precoce representa risco ao desenvolvimento emocional e social.

1. Pensar antes de postar: proteção começa em casa

O primeiro passo contra a adultização de crianças está no cuidado com o que os adultos compartilham. A juíza Janessa Cavalieri lembra: “Sempre pense: isso aqui está protegendo ou expondo meu filho?”. Afinal, fotos ou vídeos inocentes podem ser mal interpretados e usados de forma indevida.

Assim, o exemplo dado pelos responsáveis torna-se fundamental para estabelecer limites claros e fortalecer a cultura de cuidado digital.

2. Adultização de crianças e o papel do brincar livre

O pediatra Daniel Becker reforça que brincar na natureza é tão essencial quanto se alimentar bem ou estudar. Entretanto, telas e estímulo ao consumo precoce muitas vezes substituem essa experiência. A consequência é a aceleração da adultização de crianças, que perdem momentos vitais de desenvolvimento cognitivo e emocional.

Portanto, resgatar o valor da brincadeira livre é uma forma simples e poderosa de proteger a infância.

3. Supervisão digital é essencial

Embora alguns pais temam invadir a privacidade dos filhos, a supervisão deve ser entendida como cuidado. A educadora Sheylli Caleffi lembra que “a supervisão e o diálogo continuam sendo fundamentais”.

O Instituto Alana ressalta que acompanhar o uso das plataformas é indispensável para prevenir riscos, além de fortalecer a confiança mútua.

4. Apoiar o PL 2628: responsabilidade social coletiva

Além do ambiente familiar, é preciso ação no campo legal. O PL 2628 busca responsabilizar plataformas digitais pela proteção das crianças. A juíza Vanessa Cavalieri destaca que redes sociais não podem lucrar enquanto conteúdos que violam direitos infantis circulam livremente.

Logo, apoiar esse projeto é defender uma regulamentação justa, garantindo que a infância seja respeitada também no espaço digital.

Adultização de crianças: compromisso de todos

A adultização de crianças representa uma violação grave do direito à infância. Seguindo esses quatro passos – pensar antes de postar, valorizar o brincar, supervisionar com diálogo e apoiar a regulamentação – é possível reduzir riscos e garantir uma infância mais saudável e respeitada.

O Instituto Alana lembra que somente a união entre famílias, sociedade e Estado pode transformar essa realidade. Proteger a infância é um dever coletivo – e começa com pequenas escolhas diárias que fortalecem o futuro das nossas crianças.

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