Com apenas 17 anos, Ícaro Silva da Rosa Linck Fróes, de Canoas (RS), transformou uma paixão solitária por lógica e algoritmos em reconhecimento nacional. Ele foi um dos 28 medalhistas de ouro da 1ª Olimpíada Nacional de Inteligência Artificial (ONIA) — competição que envolveu mais de 716 mil estudantes de todo o país. Como resultado, Ícaro foi um dos quatro jovens selecionados para representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Inteligência Artificial, que acontece em agosto de 2025, em Pequim.
Caminho até Pequim: uma jornada que começou durante a pandemia
Ícaro começou a estudar programação por conta própria aos 12 anos, durante o isolamento social. O interesse por inteligência artificial surgiu de forma natural, com base em vídeos, fóruns e plataformas abertas. Em 2024, incentivado por um colega, decidiu se inscrever na ONIA. Ele não imaginava que sairia vencedor da disputa mais concorrida da história das olimpíadas estudantis brasileiras.
Pois, sua conquista lhe garantiu uma vaga na delegação nacional, ao lado de Gabriel Neves (SP), Miguel Cyrineu (SP) e Samuel Mota (PR). Os quatro competirão com estudantes de mais de 60 países na IOAI — International Olympiad in Artificial Intelligence.
Preparação de alto nível para os desafios internacionais
A organização da ONIA, junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), oferece um programa intensivo de preparação técnica e estratégica para os estudantes selecionados. De fato, além do conteúdo em IA, o treinamento envolve resolução de problemas complexos, ética algorítmica e trabalho em equipe multicultural.
Segundo Antônio Carlan, coordenador da ONIA e conselheiro da IOAI, essa mobilização busca posicionar o Brasil como uma potência emergente na área. “Precisamos formar talentos que dialoguem com o que há de mais avançado no mundo digital”, afirmou em entrevista ao portal ONIA
Olimpíadas do conhecimento ganham força no Brasil
Por isso, as olimpíadas acadêmicas vêm crescendo como alternativa aos modelos tradicionais de avaliação. No caso da ONIA, o diferencial está na abordagem prática e na conexão com problemas do mundo real. Os estudantes também são desafiados a compreender, simular e resolver questões com o uso da inteligência artificial — desde linguagens de programação até aplicações sociais de modelos computacionais.
Um talento que inspira outros jovens a acreditarem em si mesmos
Portanto, a trajetória de Ícaro revela a potência de uma educação conectada com o futuro. Seu desempenho em uma competição de altíssimo nível, fruto de curiosidade e dedicação pessoal, inspira todo o país a buscar caminhos fora da rota tradicional.
Mais do que uma conquista individual, sua classificação para a competição internacional representa uma mudança de mentalidade: é possível inovar desde cedo, mesmo longe dos grandes centros tecnológicos.
Como símbolo desse novo movimento, Ícaro carrega nas mãos — e no teclado — as esperanças de um país que precisa apostar mais nos seus talentos e menos na sorte.
Com inscrições gratuitas previstas para agosto, a segunda edição da ONIA espera ampliar ainda mais o número de participantes. Alunos do 9º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio podem se inscrever diretamente no site oficial da competição.