Categoria Saúde

Prisão voluntária na Coreia do Sul vira refúgio para o esgotamento mental

A prisão voluntária na Coreia do Sul virou refúgio contra o estresse extremo. Nela, as pessoas se isolam em silêncio absoluto para restaurar a saúde mental e reencontrar o equilíbrio emocional.

Em um mundo hiperconectado e exaustivo, a prisão voluntária na Coreia do Sul tem atraído milhares de pessoas em busca de descanso mental. Batizado de Prison Inside Me, o espaço oferece uma experiência radical: ficar trancado por vontade própria, longe de tudo, por 24 a 48 horas — sem celular, sem relógio e sem contato externo.

Criada em 2013 por Noh Ji-Hyang e seu marido, um ex-promotor de Justiça, a proposta nasceu da percepção de que o estresse havia se tornado uma epidemia invisível. Desde então, mais de 2 mil pessoas passaram por essa “prisão do alívio”, incluindo médicos, estudantes, profissionais de tecnologia e até juízes.

Como funciona a prisão voluntária na Coreia do Sul

Ao chegar à prisão voluntária na Coreia do Sul, cada participante entrega seus pertences eletrônicos, recebe papel, caneta, colchonete e uma xícara de chá. As refeições simples são servidas por uma pequena abertura na porta, e o silêncio é absoluto. Embora a cela tenha uma maçaneta interna para garantir segurança, a maioria opta por permanecer até o fim.

Além disso, o ambiente minimalista — com cerca de 5 metros quadrados — favorece a introspecção. “Pela primeira vez em anos, pude ouvir meus próprios pensamentos sem ruído externo. Parecia desconfortável no começo, mas depois foi como tirar um peso do peito”, relatou Kim Jae-Won, gerente de marketing que participou da experiência após um episódio de burnout.

Prisão voluntária na Coreia do Sul responde à crise da saúde mental

A criação da prisão voluntária na Coreia do Sul é uma resposta direta à cultura de trabalho extrema do país, onde a jornada média ultrapassa 52 horas semanais. Em um cenário onde o índice de suicídio é um dos mais altos entre os países da OCDE, medidas de prevenção ao colapso mental são mais urgentes do que nunca.

Por isso, espaços como esse ganham força como antídotos modernos. Eles oferecem um tempo protegido para reconexão interior, longe das pressões de produtividade, performance e redes sociais. “As pessoas dizem que encontraram mais liberdade aqui do que lá fora”, afirma Noh Ji-Hyang.

Tendência de prisões voluntárias se espalha pelo mundo

Inspirada no sucesso da prisão voluntária na Coreia do Sul, iniciativas similares começam a surgir em outros países. No Japão, retiros silenciosos em cápsulas urbanas seguem o mesmo princípio. Em Londres, um hotel transformou parte dos quartos em “prisões do silêncio”, voltadas ao detox digital. Isso mostra que o desejo de se desligar — mesmo que temporariamente — tornou-se global.

Além disso, especialistas em saúde mental defendem que momentos de solitude ativa podem prevenir crises emocionais severas. Portanto, o que parece radical pode, na verdade, ser um dos caminhos mais lúcidos para o equilíbrio.

O paradoxo libertador da prisão voluntária na Coreia do Sul

No fim das contas, a prisão voluntária na Coreia do Sul não aprisiona — ela emancipa. Com filas de espera crescentes, principalmente após a pandemia, a experiência revela uma necessidade coletiva: parar, respirar e se escutar novamente. Em um tempo em que tudo nos acelera, essa “prisão” oferece o bem mais raro da atualidade: a paz.

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