Primeiramente, é impossível não se emocionar com a proposta do Museu vivo ao ar livre Beamish, localizado em County Durham, na Inglaterra. A instituição venceu o Art Fund Museum of the Year 2025, o maior prêmio de museu do mundo, graças à sua capacidade única de transportar os visitantes diretamente para as décadas de 1940 e 1950, com ajuda de trajes de época, edifícios históricos e encenações vivas.
Um museu vivo ao ar livre que conecta passado e presente
Certamente, o Beamish vai além da exposição tradicional. Ele se consagra como um museu vivo ao ar livre por possibilitar a vivência direta da história britânica. Com 350 acres, o local abriga vilas reconstruídas, lojas, salões de beleza, cafés, cinemas e até um hospital de bonecas — tudo ambientado com fidelidade aos anos 1950.
A expansão recente do museu ao ar livre, conhecida como Remaking Beamish, trouxe novas atrações, como a Taverna Georgiana dos Drovers e o cinema The Grand. O projeto não apenas valoriza a memória coletiva, como também gera empregos, oportunidades educacionais e turismo cultural sustentável.
Interpretação histórica transforma aprendizado em experiência
Ademais, o verdadeiro coração do museu são os intérpretes vivos, profissionais que recriam personagens históricos com trajes e sotaques da época, guiando os visitantes por experiências interativas inesquecíveis. Aliás, essa prática já é reconhecida como uma poderosa ferramenta de educação, pois desperta empatia e pertencimento.
Enquanto a maioria dos museus se limita a exibir peças e documentos, o Beamish convida o público a experimentar o cotidiano de outras gerações. Essa abordagem inovadora fortalece o sentimento de identidade e promove um aprendizado ativo.
Inclusive, o museu ao ar livre também atende à demanda do público local. A loja de brinquedos Romer Parrish, por exemplo, foi construída após votação popular e se tornou um dos pontos mais queridos. Além de brinquedos clássicos, o espaço conta com um hospital de bonecas, resgatando práticas antigas de reparo e cuidado.
Museologia participativa que inspira o futuro com memória e inclusão
Surpreendentemente, o impacto vai além da nostalgia. O Museu vivo ao ar livre Beamish cumpre um papel social e educativo ao resgatar práticas sustentáveis e relações comunitárias que marcaram época.
Posteriormente à premiação, o museu viu um aumento significativo no interesse internacional. Com apoio do National Lottery Heritage Fund e do Art Fund, o projeto já é referência global em museologia participativa.
Sobretudo, iniciativas como essa provam que a história pode ser viva, inclusiva e acessível. Atrações como o museu ao ar livre de Beamish inspiram projetos semelhantes em diversos países, promovendo a valorização da memória e da cultura como elementos essenciais para um futuro mais consciente.