Bike SP quer estimular o uso da bicicleta em São Paulo, oferecendo créditos no Bilhete Único por cada trajeto pedalado com o aplicativo oficial.
A cidade de São Paulo pode ganhar um novo incentivo para quem aposta na mobilidade ativa. O programa Bike SP, desenvolvido por pesquisadores da USP e FGV em parceria com a Prefeitura, vai transformar quilômetros pedalados em créditos para o transporte público. A iniciativa, portanto, busca integrar o transporte ativo ao sistema já existente. Atualmente em fase de testes, o projeto será ampliado a partir de agosto com a participação de mil voluntários.
De acordo com o professor Fábio Kon, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, o objetivo é recompensar ciclistas que utilizarem o aplicativo para registrar suas viagens. Ao final de cada trajeto — entre 1 e 8 km — o usuário recebe um valor proporcional, que será creditado no Bilhete Único. Dessa forma, o Bike SP conecta modais distintos e fortalece o uso da bicicleta como meio de transporte eficiente, saudável e sustentável.
Bike SP une tecnologia e mobilidade sustentável
O aplicativo Bike SP é simples e fácil de usar. O ciclista inicia a viagem pelo app, pedala até o destino e finaliza o percurso para registrar o trajeto. Além disso, a tecnologia foi pensada para ser acessível e intuitiva. Kayke Cintra, estudante da USP e um dos desenvolvedores, explica que os créditos são depositados semanalmente. Eles podem ser validados nas máquinas de recarga já instaladas nos terminais e estações da cidade.
Por enquanto, apenas as duas primeiras viagens diárias serão remuneradas. Dessa maneira, o Bike SP mantém o controle e distribui os recursos de forma mais equilibrada. O projeto também testa o valor ideal a ser pago por quilômetro. Além disso, os dados da pesquisa ajudarão a definir quais perfis sociais devem ser priorizados no programa. A ideia é beneficiar, principalmente, moradores de regiões mais afastadas e trabalhadores de baixa renda.
Projeto Bike pode transformar a mobilidade urbana
Por meio dos dados coletados, será possível que o aplicativo Bike SP também identifique os trechos mais utilizados. Com isso, o planejamento de novas ciclovias e ciclofaixas poderá ser feito de forma mais estratégica e eficiente. Ou seja, a cidade passará a investir onde há real demanda.
Segundo Ciro Biderman, pesquisador da FGV Cidades e coordenador do projeto, menos de 2% das viagens em São Paulo são feitas com bicicleta. Portanto, há muito espaço para crescer. Para ele, o Bike SP é uma forma de mostrar o verdadeiro potencial da bicicleta como transporte urbano. Além de ser mais saudável e econômico, é também um meio sustentável, que contribui para reduzir o trânsito e a poluição.