Pacientes que perderam a mobilidade dos braços e mãos por causa de um acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo cranioencefálico têm uma nova esperança de tratamento. A boa notícia vem de uma pesquisa conduzida pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que demonstrou os efeitos promissores da estimulação cerebral profunda na recuperação de movimentos voluntários.
Esse tipo de terapia neurológica já é conhecido por tratar tremores causados pela doença de Parkinson. No entanto, os pesquisadores decidiram aplicar a estimulação cerebral profunda diretamente no tálamo motor.
Como funciona a estimulação cerebral profunda
A técnica de estimulação cerebral profunda onsiste na implantação cirúrgica de eletrodos no cérebro, que enviam pequenos impulsos elétricos a áreas específicas. No estudo, os testes iniciais foram realizados em macacos. Os animais apresentaram melhora imediata na força de preensão e nos movimentos dos membros assim que a estimulação foi ativada. Importante destacar que nenhum movimento involuntário foi observado.
Além disso, os resultados foram considerados seguros, sem efeitos colaterais aparentes durante os experimentos com os primatas. Essa abordagem representa um avanço na reabilitação motora e neurociência translacional.
Resultados da estimulação cerebral profunda foram positivos em humanos
Em seguida, os cientistas testaram a mesma técnica em um voluntário humano com lesão cerebral grave. O paciente apresentava tremores e paralisia nos dois braços. Após o implante e ativação da estimulação cerebral profunda, ele conseguiu levantar pesos e realizar tarefas simples, como segurar um copo com muito mais suavidade e precisão.
Esses resultados indicam que a estimulação pode ativar circuitos motores que permanecem intactos, mas estavam “adormecidos”. Essa recuperação funcional é um dos principais objetivos da fisioterapia aplicada à neuroreabilitação.
Próximos passos e novas possibilidades de reabilitação
Agora, os pesquisadores estão focados em analisar os efeitos de longo prazo e entender se a estimulação cerebral profunda contínua pode melhorar ainda mais a mobilidade. A expectativa é que, com sessões regulares, os pacientes com sequelas de AVC ou trauma possam recuperar parte da independência funcional.
Por isso, essa abordagem vem sendo considerada uma promessa realista e segura dentro da neurociência aplicada à reabilitação, com impactos diretos na qualidade de vida dos pacientes.