O treino híbrido tem ganhado espaço nas academias, nas ruas e, principalmente, nas redes sociais. A tendência, que mistura musculação com corrida, bike ou outras atividades aeróbicas, atrai pessoas que buscam um condicionamento físico mais completo. Celebridades como Lucas Lucco, por exemplo, já popularizaram a prática, enquanto influenciadores e atletas amadores vêm adotando rotinas que alternam estímulos de resistência e força.
Lucas Bertollo Baggio, de 24 anos, se define como “atleta híbrido”. Ele acorda às 5h, corre antes das 6h e ainda fecha o dia com musculação. Segundo ele, a corrida trouxe disposição e sensação de superação que não encontrava na musculação isolada. Pedro Augusto Neri, 27, também aderiu à combinação de treinos e destaca o prazer de se movimentar em diferentes modalidades.
O que caracteriza o treino híbrido
A proposta do treino híbrido é mesclar atividades que estimulam diferentes capacidades físicas, como força e resistência. Por isso, a prática pode envolver corrida, natação, musculação, crossfit, ciclismo ou yoga, em diferentes combinações. A ideia central é oferecer um estímulo corporal mais amplo e dinâmico, adaptado ao estilo de vida e aos objetivos de cada pessoa.
De acordo com Karina Hatano, especialista do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, a tendência está ligada ao aumento da corrida de rua no pós-pandemia. Como muitos se lesionaram, os profissionais passaram a recomendar o fortalecimento muscular como complemento. Assim, o treino híbrido passou a integrar diferentes práticas em uma mesma rotina.
Especialistas explicam os cuidados que precisamos ter
Embora a ideia do treino híbrido seja acessível, é essencial seguir um programa bem estruturado. Segundo Paulo Henrique Silva Marques de Azevedo, da Unifesp, a prática é tecnicamente conhecida como treinamento concorrente, já que combina estímulos que podem interferir entre si.
Por isso, o ideal é não realizar atividades de força e cardio intensas no mesmo dia ou com pouco intervalo entre elas. Hatano recomenda, por exemplo, alternar os treinos: corrida em um dia, musculação no outro, e incluir pausas para recuperação. Dessa forma, os benefícios são potencializados e os riscos de lesão diminuem.
Além disso, a intensidade dos treinos deve ser ajustada conforme o nível físico da pessoa. “Sem orientação, há riscos sérios”, alerta Patrick Simão Carlos, especialista da Universidade de Fortaleza. Ele reforça que a supervisão de um profissional registrado no Conselho Federal de Educação Física (Confef) é essencial para segurança e resultado.
O treino híbrido representa mais do que uma tendência do mundo fitness — ele é uma forma versátil e eficaz de cuidar da saúde e alcançar bem-estar. Com acompanhamento adequado, é possível explorar a combinação entre força e resistência de forma segura, prazerosa e com resultados duradouros. Para muitos, como Lucas e Pedro, o maior benefício é sentir-se mais capaz, livre e disposto a superar limites diariamente.