Carne de Onça é o novo item da gastronomia brasileira a conquistar o selo de Indicação Geográfica, reconhecimento que reforça seu valor como patrimônio cultural e símbolo da identidade de Curitiba, no Paraná. Tradicional nos bares da capital paranaense desde os anos 1940, o prato é mais do que uma iguaria: ele representa a memória afetiva da população, a força da culinária regional e a originalidade dos sabores locais. Por isso, a certificação não apenas reconhece a autenticidade da receita, mas também garante sua proteção e valorização no cenário nacional.
O selo foi concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade de Indicação de Procedência, que protege alimentos associados a um território específico. Dessa forma, o uso do nome “Carne de Onça” passa a ser exclusivo de produtores estabelecidos em Curitiba que atendam aos critérios técnicos definidos. Além disso, a medida contribui para preservar a qualidade, fortalecer a economia local e impulsionar o turismo gastronômico. Ou seja, o reconhecimento oficial da Carne de Onça é um passo importante na consolidação da culinária curitibana como referência dentro e fora do Brasil.
Carne de Onça é patrimônio curitibano desde 2016
Embora o nome cause curiosidade, Carne de Onça não leva carne felina. A receita, que remonta à década de 1940, é composta por carne bovina crua e fresca sobre broa de centeio, finalizada com cebola, cebolinha, azeite, sal e pimenta. O nome teria surgido como referência ao hálito marcante deixado após o consumo.
Desde 2016, a iguaria já é reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Curitiba. Agora, com o registro no INPI, somente estabelecimentos da cidade que seguirem os critérios do Caderno de Especificações Técnicas poderão comercializar o prato com esse nome.
Reconhecimento reforça tradição e qualidade
Além da proteção legal, o selo de Indicação Geográfica fortalece a identidade da Carne de Onça como símbolo gastronômico da cidade. O documento define, por exemplo, o uso de carne de patinho ou alcatra, sem nervos ou gordura, com textura granulada e coloração avermelhada. Também padroniza três formas de preparo, que garantem a integridade da receita original.
O pedido foi feito pela Associação dos Amigos da Onça (AAONÇA), entidade que atua na preservação e valorização do prato típico. A conquista representa, portanto, uma vitória para a cultura alimentar regional e os produtores locais.
Carne de Onça integra lista de produtos protegidos no Paraná
Com a inclusão da Carne de Onça, o estado do Paraná passa a ter 18 produtos com Indicação Geográfica. A lista reúne desde o barreado do litoral até o melado de Capanema, passando por cachaças, frutas, ervas e vinhos.
Além disso, a iguaria curitibana tem conquistado reconhecimento internacional. Em 2023, apareceu entre os 10 melhores pratos com carne crua do mundo segundo o ranking da plataforma TasteAtlas, ao lado de receitas tradicionais da França, Itália e Coreia do Sul.
Por fim, Curitiba também realiza o Festival de Carne de Onça, com participação de dezenas de bares e restaurantes. Assim, a cidade fortalece o turismo gastronômico e impulsiona a economia com uma receita que mistura história, sabor e identidade regional.