Câncer colorretal pode ser prevenido e combatido com mudanças no estilo de vida e novos tratamentos, conforme apontam estudos recentes apresentados durante a ASCO 2025. Com base nessas evidências, cresce o entendimento de que a prevenção vai além da genética, envolvendo escolhas cotidianas que impactam diretamente a saúde.
Atualmente, o câncer colorretal é a segunda principal causa de mortes por câncer nos Estados Unidos. Segundo dados da American Cancer Society, mais de 150 mil pessoas devem receber esse diagnóstico em 2025. Além disso, as projeções indicam que, até 2030, a doença poderá se tornar a mais letal entre adultos de 20 a 49 anos. Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de investir em estratégias integradas de prevenção, tratamento e acompanhamento contínuo.
Estudos destacam papel da atividade física no câncer colorretal
Durante a conferência anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO), novos estudos mostraram avanços promissores na prevenção e no tratamento do câncer colorretal. Um dos destaques foi uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, que acompanhou 900 pacientes por 15 anos.
Os pacientes que receberam orientação profissional sobre prática de exercícios físicos apresentaram 28% menos risco de recidiva da doença ou de desenvolvimento de novos tumores. A taxa de sobrevivência sem doença após cinco anos chegou a 80% nesse grupo.
De acordo com o oncologista Christopher Booth, coautor do estudo, “o exercício deve ser parte essencial do tratamento do câncer de cólon”. O programa incluía caminhadas rápidas, três a quatro vezes por semana, adaptadas à realidade de cada paciente.
Dieta anti-inflamatória também faz diferença
Outro estudo apresentado na ASCO reforçou os benefícios de uma alimentação anti-inflamatória para pacientes com câncer colorretal. A pesquisa revelou que dietas ricas em folhas verdes, café, chá e vegetais, combinadas à atividade física, reduziram em 63% o risco de morte em pacientes com câncer de cólon em estágio 3.
Por outro lado, o consumo de alimentos ultraprocessados, carnes vermelhas e bebidas açucaradas aumentou os riscos de complicações. A Dra. Sara Char, do Dana-Farber Cancer Institute, explicou que a inflamação está diretamente ligada ao sistema imunológico e pode influenciar o desenvolvimento do câncer.
Tratamentos personalizados avançam contra o câncer colorretal
Além dos cuidados com estilo de vida, a ciência também avança em tratamentos personalizados. Um novo estudo da farmacêutica Pfizer revelou que a combinação do medicamento Braftovi com quimioterapia padrão e anticorpos monoclonais dobrou a sobrevida média de pacientes com uma mutação agressiva de câncer colorretal — de 15 para 30 meses.
Segundo o CEO da Pfizer, Albert Bourla, a terapia-alvo representa um avanço importante, pois permite identificar com precisão o que está impulsionando o câncer em cada paciente.
Prevenção do câncer colorretal está ao alcance
A boa notícia é que muitos pacientes com câncer colorretal buscam formas ativas de cuidar da saúde, adotando atitudes que vão além do tratamento tradicional. Cada vez mais, estratégias como a prática regular de atividade física e a adoção de uma alimentação anti-inflamatória têm se mostrado eficazes na redução de riscos e no aumento da qualidade de vida.
Além disso, esses programas são acessíveis e sustentáveis, podendo ser incorporados à rotina com o apoio de profissionais de saúde. Por isso, quando combinadas ao acompanhamento médico adequado e ao diagnóstico precoce, essas mudanças no estilo de vida tornam-se ferramentas valiosas na prevenção e no controle da doença. Dessa forma, pacientes ganham mais autonomia sobre sua saúde e os sistemas de saúde se beneficiam com alternativas que promovem bem-estar a longo prazo.