Paulo Henriques Britto foi eleito para a Academia Brasileira de Letras com 22 votos, ocupando a cadeira 30 da instituição. A eleição aconteceu nesta quinta-feira (22) e contou com a participação de outros candidatos, entre eles Salgado Maranhão, que recebeu 10 votos. A cadeira agora ocupada por Britto pertenceu à professora e crítica literária Heloisa Teixeira, falecida em março deste ano. Dessa forma, a ABL dá continuidade ao seu processo de renovação e mantém viva a tradição de reunir grandes nomes da cultura brasileira.
O poeta, contista, ensaísta e tradutor Paulo Henriques Britto é considerado uma das vozes mais consistentes da literatura contemporânea. Com uma carreira que alia criação e crítica, ele já publicou quatorze livros — sendo oito de poesia, três de ensaio, um infantojuvenil e outras obras que reforçam seu olhar atento sobre a linguagem. Além disso, sua atuação como tradutor é vasta e respeitada, tendo traduzido mais de 120 obras de autores consagrados da língua inglesa, como Virginia Woolf, Charles Dickens, Henry James, Jonathan Swift, V. S. Naipaul, James Baldwin e Thomas Pynchon. Ou seja, sua contribuição vai muito além da criação autoral: ele também aproxima leitores brasileiros de grandes nomes da literatura mundial.
Ademais, sua poesia ultrapassou fronteiras. Antologias de seus poemas foram publicadas em inglês (2007) e em sueco (2014), enquanto sua obra reunida foi lançada em Portugal em 2021. Mais recentemente, em 2023, seu ensaio “A tradução literária” foi traduzido para o espanhol e publicado no Chile, o que demonstra o alcance internacional de seu pensamento. Por fim, é importante destacar que Britto também atua como professor no Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde desenvolve pesquisas nas áreas de tradução poética e poesia brasileira contemporânea, contribuindo, assim, para a formação de novas gerações de leitores e escritores.
PAULO HENRIQUES BRITTO TEM RECONHECIMENTO NACIONAL E INTERNACIONAL
A escolha de Paulo Henriques Britto para a ABL representa também um reforço ao diálogo entre literatura nacional e internacional. Sua trajetória como tradutor é destacada por críticos e acadêmicos. Segundo o presidente da ABL, Merval Pereira, o novo imortal fortalecerá os debates sobre poesia, dramaturgia e cultura no Brasil.
Além disso, o poeta é professor do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde atua nas áreas de tradução de poesia e poesia brasileira contemporânea.
IMPACTO NA CULTURA E NA EDUCAÇÃO
A chegada de Paulo Henriques Britto à Academia Brasileira de Letras reforça, de forma significativa, o compromisso da instituição com a valorização da literatura em suas múltiplas formas e expressões. Além de ampliar a representatividade intelectual da ABL, sua presença fortalece os vínculos entre poesia, tradução e pensamento crítico. Como afirmou o acadêmico Antonio Torres, Britto é “um mestre das letras, um professor de convivência generosa e um tradutor com poucos iguais no país”. Ou seja, sua trajetória reúne qualidades essenciais para o papel de imortal.
Por esse motivo, sua nomeação é amplamente celebrada por diversos representantes da área cultural. Entre eles, destaca-se a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, que o define como “um poeta de sensibilidade ímpar” e ressalta o quanto sua colaboração será valiosa. Segundo ela, Britto conhece profundamente as pessoas e as palavras — e isso, por si só, já faz dele uma presença indispensável no cenário da cultura brasileira contemporânea. Portanto, sua eleição marca não apenas uma conquista individual, mas também um avanço coletivo para o ambiente literário e acadêmico do país.