O legado de Divaldo Franco continua vivo e atuante em Salvador, mesmo após sua morte aos 98 anos. Fundador da Mansão do Caminho, ele dedicou mais de sete décadas ao cuidado de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. Criada em 1952, a instituição atende, hoje, 2.500 crianças por dia, oferecendo educação, saúde e acolhimento.
A estrutura, localizada no bairro Pau da Lima, inclui creche, escolas de ensino fundamental e médio, clínica de partos humanizados e serviços sociais que beneficiam cerca de 500 famílias diariamente. Além disso, a instituição ocupa 78 mil m² e conta com profissionais e voluntários comprometidos em manter os valores deixados por Divaldo.
Conheça mais da história de Divaldo Franco e da Mansão do Caminho:
Histórias de acolhimento reforçam o legado de Divaldo Franco
Entre tantas histórias de transformação, está a de Ednilson Pereira, que, ainda criança, foi acolhido junto com a irmã gêmea após o falecimento da mãe. A entrada deles na Mansão foi um pedido feito pela mãe pouco antes de partir — e aceito por Divaldo de imediato. Ambos cresceram, estudaram e hoje atuam na própria instituição que os acolheu.
Por isso, Ednilson se refere ao médium como pai: “Ele nos deu carinho, limites e valores. Apresentou um Jesus que ama e acolhe.”
O velório de Divaldo Franco, realizado no ginásio da Mansão do Caminho, reuniu centenas de pessoas. Muitos ex-alunos, voluntários e admiradores foram prestar homenagens, reforçando a importância do vínculo que o líder mantinha com cada ação social desenvolvida.
Educação e cuidado formam base do legado de Divaldo Franco
O trabalho de Divaldo ultrapassou a caridade pontual. Ele criou um modelo de assistência contínua. Ao longo das décadas, mais de 685 crianças e adolescentes foram criados por ele — algumas adotadas formalmente, outras acolhidas com o apoio das voluntárias conhecidas como “tias”.
Segundo Clese Cerqueira, educadora com 60 anos de dedicação à instituição, o desafio agora é manter essa missão viva. “Ele deixou um caminho pronto. Cabe a nós seguir esse exemplo e continuar esse legado com responsabilidade.”
Enquanto isso, os serviços da Mansão seguem ativos. A instituição oferece também suporte à maternidade, orientação espiritual e projetos voltados à cidadania.
Um legado espiritual que uniu fé, ação e transformação
O legado de Divaldo Franco também se expressa em sua trajetória religiosa. Nascido em Feira de Santana, em 1927, Divaldo iniciou sua atuação como médium ainda jovem. Em 1947, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção, que viria a dar origem à Mansão do Caminho.
Ele escreveu mais de 200 livros psicografados, com mais de 7 milhões de exemplares vendidos e traduções em diversos idiomas. Embora espírita, seu trabalho tocou pessoas de diferentes crenças. Voluntários evangélicos e católicos também atuavam lado a lado com ele.
Além disso, sua dedicação à causa humanitária foi reconhecida por autoridades. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, destacou sua trajetória como exemplo de cuidado e compaixão. Já o prefeito Bruno Reis lembrou que sua ausência física deixa um vazio, mas o seu legado continua vivo nas ações diárias da Mansão.
Legado de Divaldo Franco inspira o futuro
Diante de tudo isso, é possível afirmar que o legado de Divaldo Franco não termina com sua morte. Pelo contrário, ele segue presente em cada sala de aula, em cada gesto de acolhimento e em cada história de superação que nasce dentro da Mansão do Caminho.
Desse modo, o Brasil não perde apenas um líder espiritual, mas celebra uma trajetória marcada por ação, fé e compromisso com o outro — valores que seguem transformando vidas todos os dias.