Uma solução inovadora pode dar mais 50 anos de vida útil a Veneza, cidade que enfrenta o afundamento contínuo e a elevação do nível do mar. A proposta do engenheiro Pietro Teatini consiste em injetar água a grandes profundidades sob a cidade, elevando o solo e, com isso, reduzindo os impactos das marés.
A cidade italiana afundou cerca de 25 centímetros no último século, enquanto o mar subiu quase 30. Hoje, a subsidência média é de 2 milímetros por ano, agravada pelas mudanças climáticas. A técnica de Teatini, segundo estudos, pode levantar o solo em até 30cm — tempo precioso para se planejar uma resposta definitiva.
Como funciona a solução inovadora para Veneza
A proposta prevê a perfuração de 12 poços ao redor da cidade, a até 1.000m de profundidade, para injetar água salgada nos aquíferos. A inspiração veio de reservatórios subterrâneos do norte da Itália, onde a reposição de gás provoca a elevação do solo. A lógica é simples: se a retirada de água causou o afundamento, a injeção poderia causar o efeito contrário.
Esse método não provoca fraturas nem instabilidade, pois usa pressões baixas e ocorre em camadas profundas. A água utilizada seria da própria lagoa de Veneza, o que evita riscos ambientais e a necessidade de transporte de recursos. Um projeto piloto pode ser iniciado nos próximos anos, com testes controlados em áreas menos sensíveis.
Solução inovadora pode complementar sistema já existente
Hoje, a proteção de Veneza depende do sistema Mose, composto por barreiras móveis que isolam a lagoa em caso de marés extremas. Esse sistema, embora funcional, já foi acionado mais de 100 vezes desde 2020, muito além da previsão inicial. Ele também interfere na dinâmica da água e na biodiversidade local.
A solução inovadora de Teatini não substitui o Mose, mas pode ser usada junto a ele para adiar os efeitos do afundamento por décadas. Isso daria tempo para que autoridades desenvolvessem uma nova estratégia de longo prazo para proteger a cidade.
Preservar Veneza é possível — e urgente
Veneza é uma das cidades mais emblemáticas do mundo. Abandoná-la ao afundamento não é uma opção viável. Com menos de 50 mil habitantes, ela segue sendo um centro de cultura, turismo e história. Para Teatini, preservar Veneza é uma questão de compromisso com o patrimônio da humanidade.
A solução inovadora pode custar menos que o sistema atual de barreiras, e envolver até financiamento coletivo. O tempo está correndo, mas as ferramentas para agir já existem — agora falta vontade política e coordenação.