A relação entre exercício físico e dor muscular foi o foco de um estudo da Unicamp que traz uma boa notícia: a prática regular de atividades pode impedir que dores musculares agudas se tornem crônicas. A pesquisa, publicada na revista Plos One, identificou os mecanismos biológicos por trás dessa prevenção, apontando o exercício como ferramenta eficaz no combate à inflamação persistente.
O experimento foi feito com camundongos que nadaram cinco vezes por semana, durante quatro semanas. Após esse período, os animais foram submetidos a um estímulo inflamatório que, normalmente, levaria à dor prolongada. No entanto, os que haviam se exercitado não desenvolveram o quadro de dor crônica.
Atividade física evita a cronificação da dor muscular
Os cientistas observaram que o exercício físico atua diretamente nos macrófagos — células de defesa do corpo — tornando-os menos inflamatórios. Um receptor chamado P2X4, envolvido na transição da dor aguda para crônica, teve sua ativação inibida pelo exercício. Essa inibição ocorreu por meio da ativação do receptor PPAR-Gama, já conhecido por seus efeitos anti-inflamatórios.
Essa descoberta reforça que a atividade física pode modular processos celulares e evitar o agravamento da dor muscular. A fase inicial da inflamação parece ser o momento ideal para intervir e evitar que o quadro evolua.
Caminho aberto para novas terapias contra a dor
Os resultados abrem possibilidades para o desenvolvimento de medicamentos e estratégias de prevenção. O estudo indica que substâncias que ativam PPAR-Gama ou inibem P2X4 podem ser alternativas no futuro.
A pesquisa reforça: manter uma rotina de exercícios pode ser essencial não apenas para o bem-estar geral, mas também como forma natural de evitar a dor muscular crônica.