Cientistas revelam que micro-raios podem ter sido fundamentais para formar os primeiros blocos da vida na Terra primitiva.
A descoberta, publicada na revista Science Advances, reforça uma nova hipótese para a origem da vida. Pesquisadores observaram que pequenas descargas elétricas entre gotículas de névoa podem ter gerado aminoácidos, essenciais para as primeiras formas de vida.
Micro-raios e névoa estimularam reações químicas primitivas
A teoria sugere que, há bilhões de anos, micro-raios formados em ambientes úmidos primitivos forneceram a energia necessária para reações químicas primitivas. Em laboratório, os cientistas misturaram gases e criaram uma névoa, reproduzindo essas condições.
As faíscas microscópicas foram capturadas com câmeras de alta velocidade. Depois, ao examinar a mistura, encontraram moléculas orgânicas com ligações entre carbono e nitrogênio, como glicina e uracil — importantes na formação de proteínas e RNA.
Experimento recria condições para a sintetização orgânica
Esse novo estudo se baseia no clássico experimento de Miller-Urey, mas com foco na ação de eletricidade natural em nível micro. Ao contrário dos raios, que são raros e imprevisíveis, os micro-raios ocorrem com frequência em gotículas de água.
Essa constância pode ter favorecido a sintetização orgânica em lagos rasos e poças. O cenário reforça a ideia de que a vida surgiu a partir de moléculas simples ativadas por fontes de energia naturais.
Faíscas invisíveis reacendem debate sobre a origem da vida
Outras teorias incluem fontes hidrotermais ou moléculas vindas do espaço. Mesmo assim, os resultados mostram como pequenas faíscas geradas por micro-raios podem ter tido um papel essencial na evolução da vida no planeta.
Você imaginava que a origem da vida poderia começar com gotas de água e uma faísca quase invisível?