Na Colômbia, um país rico em biodiversidade, muitas frutas nativas correm risco de extinção. Gian Paolo Daguer, engenheiro ambiental e divulgador digital, lidera uma rede de voluntários para preservar essas espécies pouco conhecidas. Seu projeto, “Frutas de Colombia“, já reúne mais de 108 mil seguidores interessados em sabores únicos e tradicionais.
O resgate das frutas nativas colombianas
Com uma câmera de celular, Daguer compartilha informações sobre frutas nativas raras, como a lúcuma, que lembra um coco por fora e um abacate amarelado por dentro. Além de divulgar esses alimentos, ele coordena um grupo no WhatsApp onde biólogos, agricultores e chefs trocam conhecimento.
]Segundo o Instituto Humboldt, a Colômbia possui cerca de 3.000 espécies comestíveis, mas pelo menos 10% delas podem desaparecer devido ao desmatamento e à falta de consumo.
Um esforço coletivo pela preservação
As sementes coletadas por Daguer são distribuídas pelas redes sociais e enviadas pelo correio para pequenos produtores interessados. O objetivo é incentivar o cultivo doméstico e manter essas espécies vivas.
A paixão do engenheiro por frutas vem da infância, quando experimentava diferentes variedades em viagens pelo interior do país. Hoje, ele possui uma vasta coleção de livros de botânica e frutas raras, como piñuelas e lontar.
Do digital para a ciência
O trabalho de Daguer chamou a atenção da comunidade científica e ajudou a catalogar uma nova espécie: o quinguejo, uma semente escura semelhante ao mirtilo. Antes de 2024, essa fruta não era oficialmente classificada.
Para especialistas, a popularização dos alimentos industrializados afastou as frutas nativas da dieta local. Resgatar esses sabores significa manter viva a identidade gastronômica colombiana.
O projeto de Daguer prova que conhecimento e colaboração podem fazer a diferença. Você já experimentou alguma fruta nativa rara?