Pesquisadores da Unesp, em Araraquara (SP), desenvolveram uma nova tecnologia que acelera a regeneração óssea após fraturas. O estudo mostrou que o uso de um biomaterial à base de látex reduz o tempo de recuperação em até 30%, trazendo benefícios para pacientes e para a saúde pública.
Tecnologia inovadora para recuperação óssea
A cicatrização de ossos quebrados pode levar meses, especialmente em casos de fraturas complexas. Normalmente, o processo exige pinos e placas para estabilizar os fragmentos ósseos. Durante a recuperação, a regeneração do tecido ocorre lentamente e pode ser comprometida por fatores como acúmulo de células sanguíneas na área afetada.
Com a aplicação do novo biomaterial, que combina látex e beta TCP (fosfato de cálcio), os cientistas observaram um avanço significativo na recuperação. Segundo o professor Rondinelli Donizetti Herculano, coordenador da pesquisa, o tempo de recuperação de uma fratura pode ser reduzido de três para dois meses com essa tecnologia.
Como funciona o biomaterial de látex e beta TCP
O látex utilizado na pesquisa passa por um rigoroso processo de purificação para eliminar riscos de alergia ou rejeição. Em seguida, ele é transformado em uma membrana flexível e revestido com beta TCP, uma substância essencial para a formação óssea. Esse composto estimula o crescimento das células responsáveis pela regeneração do osso, tornando o processo mais rápido e eficiente.
Os testes iniciais avaliaram a toxicidade do material em células e larvas, obtendo resultados positivos. Em experimentos com camundongos, os cientistas constataram que o biomaterial acelerou a cicatrização. Nos casos em que apenas o látex foi utilizado, a recuperação da área lesionada foi de 14,30% em 120 dias. Já com a combinação de látex e beta TCP, a regeneração óssea ocorreu duas vezes mais rápido.
Próximos passos e aplicação em humanos
Diante dos resultados promissores, os pesquisadores planejam iniciar testes clínicos em humanos. Caso a eficácia seja confirmada, a nova tecnologia poderá beneficiar milhões de pessoas que sofrem fraturas todos os anos. Além disso, poderá ser uma solução para idosos com osteoporose e vítimas de acidentes.
O professor Rondinelli destaca o impacto positivo dessa inovação para a saúde pública. Reduzir o tempo de internação e o custo do tratamento representa um avanço significativo para o sistema de saúde e para os pacientes, que terão uma recuperação mais rápida e eficaz.