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Nova norma da Anvisa reforça segurança no uso de chips hormonais

Nova regra da Anvisa para chips hormonais exige receita especial, CID e termo de responsabilidade, proibindo usos estéticos.
Mãos segurando um chip hormonal branco, pequeno e cilíndrico, usado para terapias hormonais.
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas regras para o uso de chips hormonais, também conhecidos como implantes hormonais. Essa medida busca coibir práticas inadequadas e promover maior segurança para os pacientes, especialmente após relatos de complicações médicas associadas ao uso inadequado dos chips.

O que são chips hormonais?

Os chips hormonais, ou pellets, são pequenas cápsulas implantadas sob a pele que liberam hormônios de forma controlada. Utilizados para tratar condições como reposição hormonal ou anticoncepção, esses dispositivos ganharam popularidade nos últimos anos para fins estéticos, o que levantou preocupações médicas e regulatórias.

A Anvisa, preocupada com o uso indiscriminado desses implantes, já havia proibido sua comercialização e uso em outubro de 2024. Agora, com a nova regulamentação, o foco está em garantir que os chips sejam usados apenas com finalidade terapêutica e com maior fiscalização.

As novas regras da Anvisa

Entre os pontos mais relevantes da nova norma estão:

Receita de controle especial

Médicos que prescrevem chips hormonais devem utilizar uma receita especial vinculada ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).

CID na receita

O Código Internacional de Doenças (CID) deve ser incluído na prescrição para comprovar a indicação médica.

Termo de responsabilidade

O médico deve informar ao paciente os riscos e efeitos colaterais associados ao uso do chip.

Notificação compulsória de eventos adversos

Os profissionais devem registrar as complicações para facilitar o monitoramento.

Impactos para a saúde pública

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) destacou que a corresponsabilidade das farmácias de manipulação é uma das principais mudanças. As farmácias agora assumem a responsabilidade por problemas decorrentes da prescrição inadequada ou do uso indevido dos implantes.

Além disso, a obrigatoriedade de notificação de efeitos adversos permitirá mapear riscos que antes eram subnotificados. Entre os problemas relatados, destacam-se casos de hipertensão, AVC, infarto e alterações nos níveis de colesterol.

Perspectivas e desafios

Embora a regulamentação seja um avanço, especialistas alertam que o uso dos chips ainda carece de estudos científicos robustos para comprovar eficácia e segurança em algumas indicações populares, como no tratamento da endometriose. Sem essas evidências, a comunidade médica reforça a necessidade de cautela.

A Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) já havia publicado, em 2021, uma nota técnica desaconselhando o uso do chip de gestrinona para endometriose, destacando a ausência de estudos conclusivos.

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