A história do Brasil tem em Nilo Peçanha (1867–1924) um capítulo singular. Em 1909, com a morte do então presidente Afonso Pena, o vice assumiu o comando do país, tornando-se o 1º presidente negro do Brasil. Filho de um padeiro e de uma agricultora em Campos dos Goytacazes (RJ), Peçanha enfrentou desafios sociais e raciais para se consolidar como figura política.
A trajetória de Nilo Peçanha
Peçanha nasceu em uma época marcada pelo racismo estrutural e científico, quando doutrinas como a eugenia e a frenologia buscavam legitimar a exclusão racial. Apesar disso, construiu uma sólida carreira política. Participou da Assembleia Constituinte de 1890, foi deputado, governador do Rio de Janeiro e, posteriormente, vice-presidente.
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Embora não se identificasse como afrodescendente, sua origem mestiça foi alvo constante de ataques. Na imprensa, ele era caricaturado de forma pejorativa, e seus traços físicos, como o cabelo crespo, eram usados para questionar sua capacidade de liderança. Mesmo assim, Peçanha se destacou pela habilidade política, sendo elogiado por sua capacidade de resolver questões complexas, como habitação e proteção aos indígenas.
Marcos do governo de Nilo Peçanha
Durante sua curta presidência (1909–1910), Peçanha adotou o lema “paz e amor”, buscando apaziguar tensões políticas. Ele criou o Serviço de Proteção aos Índios, precursor da atual Funai, e fundou a Escola de Aprendizes Artífices, que deu origem ao sistema de ensino técnico no Brasil. Além disso, trabalhou para minimizar a crise habitacional, consolidando sua reputação como um político competente.
O impacto e o legado de Peçanha
A história de Nilo Peçanha é um exemplo de superação das barreiras raciais e sociais no Brasil. Embora enfrentasse preconceitos, sua trajetória abriu espaço para o debate sobre representatividade negra na política. Hoje, reconhecê-lo como o primeiro presidente negro é essencial para resgatar personagens históricos muitas vezes invisibilizados.