A possibilidade de reduzir a jornada de trabalho semanal para quatro dias está ganhando força no cenário político brasileiro. Recentemente, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) foi apresentada pela deputada Erika Hilton, do PSOL-SP, com o objetivo de modificar o regime de trabalho, permitindo que os trabalhadores possam ter uma jornada de 36 horas distribuídas em quatro dias.
Jornada de trabalho reduzida e os impactos esperados
A ideia de reduzir a jornada de trabalho para quatro dias, com limite de 36 horas semanais, não é inédita no cenário mundial. Em vários países, iniciativas semelhantes foram lançadas com o objetivo de oferecer mais tempo livre aos trabalhadores. A jornada reduzida tem o potencial de melhorar a qualidade de vida, diminuir o estresse e aumentar a satisfação no trabalho.
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Experiências como as da Bélgica e do Chile demonstram, porém, que a implementação desse modelo não é simples. Na Bélgica, por exemplo, os trabalhadores podem concentrar suas horas em quatro dias, mas ainda precisam cumprir a carga horária semanal completa. No Chile, embora a legislação permita a semana reduzida, as dificuldades para alcançar acordos entre empregadores e sindicatos ainda limitam a adesão.
Resistência empresarial
Apesar de ter ganhado apoio popular, a proposta de uma semana de quatro dias enfrenta resistência de setores empresariais. Muitos empregadores temem que a redução da jornada resulte em custos elevados, devido à necessidade de manter salários e benefícios. No entanto, alguns especialistas argumentam que, com ajustes de produtividade e uma organização eficiente, as empresas poderiam absorver os custos e até mesmo registrar melhorias em seus resultados.
A experiência francesa, por exemplo, mostra que a redução da jornada semanal de 39 para 35 horas nos anos 90 foi possível graças a incentivos fiscais e ajustes organizacionais. O modelo francês, apesar de ter suas próprias nuances, mostra que é possível implementar a redução da jornada de forma a beneficiar tanto empregados quanto empresas.