Uma nova pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine revela que a prática regular de exercícios físicos, independentemente da intensidade, está associada a uma redução de 30% no risco de morte em pacientes com demência. A pesquisa, conduzida por cientistas que analisaram dados de 60.252 pessoas, destaca a importância de uma rotina de atividades físicas mesmo após o diagnóstico dessa condição.
Benefícios do exercício em pacientes com demência
De acordo com os pesquisadores, o incentivo à prática de exercícios deve ser considerado essencial para pacientes diagnosticados com demência, já que a expectativa de vida média após o diagnóstico varia entre quatro e cinco anos. O estudo utilizou informações do Banco de Dados do Serviço Nacional de Saúde da Coreia e avaliou os pacientes por meio de exames de saúde realizados dois anos antes e após o diagnóstico.
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Os participantes, com idade média de 74 anos, incluíam pacientes com Alzheimer (72%) e demência vascular (12,5%). A avaliação da atividade física considerou diferentes intensidades de exercício, como vigorosa (corrida), moderada (caminhada rápida e ciclismo) e leve (caminhadas mais longas). A prática regular foi definida como atividade vigorosa ao menos três vezes por semana ou moderada cinco vezes por semana.
Impacto do exercício na mortalidade
Os resultados mostraram que, durante um período de monitoramento de quase quatro anos, 27% dos pacientes faleceram. No entanto, os que mantiveram uma rotina de exercícios físicos apresentaram uma redução no risco de morte, com uma diminuição de 30% para aqueles que se engajaram em atividades leves, como caminhadas. A continuidade na prática de atividade física provou ser a estratégia mais eficaz para reduzir o risco de morte, independentemente do tipo de demência.
Além disso, os autores observaram que o aumento da prática de exercícios após o diagnóstico também esteve associado a uma menor mortalidade.
Exercício é fundamental para pacientes com demência
Luiz Sinésio Silva Neto, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz-TO), ressaltou a relevância dos resultados. Ele afirmou que apesar do estudo não estabelecer uma relação de causa e efeito, ele oferece uma mensagem clínica positiva. “É importante incentivar o início ou a continuidade da prática regular de exercícios físicos nas pessoas idosas com demência. O simples ato de caminhar regularmente já pode promover mudanças na qualidade e prolongamento de vida dessas pessoas”, afirmou Silva Neto.