Historicamente, a nostalgia passou de uma condição médica com sintomas físicos e psicológicos para uma emoção complexa que influencia até decisões políticas. Em momentos decisivos, como no Brexit e na eleição de Donald Trump, a nostalgia influenciou eleitores, demonstrando seu poder sobre a sociedade contemporânea.
O surgimento da nostalgia como distúrbio
O médico suíço Johannes Hofer definiu a nostalgia pela primeira vez em 1688, descrevendo-a como uma doença grave. Com sintomas como letargia, depressão e até palidez, acreditava-se que essa condição representava uma “dor de retornar ao lar”. Essa doença atingia jovens que deixavam suas cidades natais e se viam impossibilitados de retornar, como soldados e estudantes, transformando-se em um problema generalizado.
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A transição da nostalgia para emoção
No século 20, as pessoas começaram a reconhecer a nostalgia como uma emoção comum e um sentimento de saudade de tempos passados. Os psicanalistas do início desse século interpretaram a nostalgia como um sinal de fraqueza emocional, vista principalmente em pessoas que se recusavam a enfrentar a realidade e buscavam refúgio em lembranças idealizadas.
Influência política
No entanto, ao longo dos anos, a sociedade deixou de ver a nostalgia de forma tão negativa e passou a entendê-la como uma força emocional que afeta tanto as decisões pessoais quanto as coletivas. A nostalgia, como no caso do Brexit, foi descrita por muitos como uma “emoção perigosa”, moldando a visão das pessoas sobre o presente e o futuro.
Hoje, estudiosos consideram a nostalgia uma emoção que promove sentimentos de pertencimento e a exploram como uma ferramenta política. Especialistas apontam que ela pode criar barreiras para mudanças e influenciar decisões que favorecem o retorno a práticas do passado, em vez de avanços.