Nos últimos anos, o casamento na terceira idade vem crescendo no Brasil, especialmente entre pessoas com mais de 60 anos. Esse fenômeno reflete transformações culturais e avanços na saúde, que possibilitam aos idosos a chance de reconstruir suas vidas afetivas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 foram registrados 74.798 casamentos entre pessoas com 60 anos ou mais.
Patricia Faveri, uma assistente social aposentada, representa esse novo olhar. Ela se casou aos 63 anos com o argentino Miguel Angel, após seis anos de namoro à distância. “A idade faz você ver as coisas diferentes”, comenta Patricia à BBC.
Diferenças de gênero no casamento da terceira idade
Os dados também mostram uma discrepância entre homens e mulheres idosos que se casam. De acordo com o IBGE, 5,37% dos casamentos envolvem homens com mais de 60 anos, enquanto apenas 2,55% são de mulheres na mesma faixa etária. Essa diferença pode ser atribuída a aspectos culturais, onde homens são incentivados a reconstruir suas vidas afetivas após a viuvez ou divórcio, enquanto mulheres tendem a valorizar a liberdade e autonomia conquistadas com o tempo. “Muitas mulheres preferem focar em atividades sociais ou familiares, o que torna o casamento uma escolha secundária”, explica a psicóloga Márcia Pin Fancelli.
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Saúde emocional e casamento na maturidade
Além dos aspectos sociais, o casamento na terceira idade também traz benefícios emocionais e para a saúde mental. Especialistas ressaltam que a união entre idosos oferece apoio mútuo, contribui para o bem-estar e pode até aliviar sentimentos de solidão. Laços afetivos nessa fase da vida permitem que o casal compartilhe experiências e desafios de forma madura, promovendo um ambiente de compreensão e tolerância.
“O apoio emocional é um fator decisivo para uma vida saudável e equilibrada na terceira idade”, afirma Francisco Carlos Gomes, psicólogo e mestre em Psicologia Social pela PUC-SP.