Um estudo recente conduzido por cientistas canadenses trouxe esperança para o combate à tuberculose, especialmente às cepas resistentes. A pesquisa revelou que um composto extraído de uma planta nativa da América do Norte, a sanguinarina, se mostrou eficaz contra as cepas mais resistentes da tuberculose.
Um avanço no tratamento da tuberculose resistente
A tuberculose, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, afeta o sistema respiratório e, se não tratada, pode comprometer outros órgãos e levar à morte. Com tratamentos tradicionais que exigem uso prolongado de medicamentos, os pacientes enfrentam efeitos adversos, que enfraquecem o sistema imunológico. Neste cenário, o composto à base de plantas surge como uma solução inovadora. No estudo, a planta foi modificada geneticamente para remover sua toxicidade natural, criando um tratamento capaz de combater as bactérias sem danificar o microbioma intestinal dos pacientes.
Como funciona o composto vegetal
A equipe de pesquisa, liderada pelo professor Jim Sun, do Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade da Colúmbia Britânica, desenvolveu mais de 35 derivados da planta, dos quais dois se destacaram: BPD6 e BPD9. Em testes com camundongos, ambos os compostos mostraram mais de 90% de eficácia contra oito formas de tuberculose, incluindo cepas altamente resistentes. Segundo Sun, o composto BPD9 foi eficaz ao evitar o “despertar” de bactérias dormentes, que muitas vezes causam recorrência da doença após o tratamento inicial.
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Sun destacou que o BPD9 possui grande potencial para se tornar um tratamento alternativo: “Ele impede que bactérias dormentes voltem à vida, o que pode revolucionar o tratamento de tuberculose resistente.”
Importância do estudo para o futuro da saúde pública
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2023, cerca de 105 mil brasileiros desenvolveram tuberculose, sendo que 87.344 receberam diagnóstico e tratamento. Apesar dos avanços no diagnóstico, as cepas resistentes da doença ainda representam um grande desafio para a saúde pública global. Os cientistas continuam a avaliar os resultados obtidos em camundongos antes de avançar para testes clínicos em humanos.
O estudo, publicado na Anti-inflammatory Nutraceuticals and Chronic Diseases, destaca que novas abordagens baseadas em plantas podem não apenas melhorar a eficácia dos tratamentos, mas também preservar a saúde geral dos pacientes, tornando o processo de recuperação mais leve e menos debilitante.