A aplicação da inteligência artificial (IA) nas políticas públicas de educação tem ganhado destaque nas discussões do Ministério da Educação (MEC). Durante o seminário “Educação, Governança de Dados e Inteligência Artificial”, realizado pelo MEC em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e o Instituto Federal de Brasília (IFB), pesquisadores e gestores públicos debateram como essa tecnologia pode transformar a educação no Brasil.
O papel da Inteligência Artificial na gestão escolar
A inteligência artificial tem o potencial de otimizar a gestão escolar, oferecendo soluções para a organização de dados e melhorando a eficiência das escolas. Uma das formas como a IA pode ser aplicada é no acompanhamento em tempo real de informações, como a frequência dos alunos. Com esses dados, as instituições de ensino podem identificar problemas de evasão escolar e desenvolver estratégias para garantir a permanência dos estudantes.
Além disso, a IA pode ajudar a solucionar um dos maiores desafios enfrentados pela rede de educação: a integração dos históricos escolares. Atualmente, alunos que estudam em mais de uma instituição ao longo de sua educação básica enfrentam dificuldades para ter seus dados unificados. A diretora de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB), Anita Gea Martinez Stefani, ressalta a importância de atualizar o tratamento de dados no sistema educacional. Segundo ela, a interoperabilidade de dados é essencial para fornecer serviços públicos que deveriam estar disponíveis para todos os cidadãos.
Gestão presente: uma solução tecnológica
Para lidar com a necessidade de modernização, o MEC desenvolveu, em parceria com o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES/UFAL), a plataforma Gestão Presente. Esse hub armazena dados de estudantes e facilita processos administrativos, como a gestão de matrículas e o diário de classe. A plataforma também tem como objetivo oferecer uma visão mais clara do desempenho escolar.
Desafios para implementação
Apesar dos avanços, a implementação da IA nas políticas públicas de educação enfrenta desafios. O representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Vilmar Klemann, destacou a falta de dados completos e corretos, a escassez de profissionais qualificados e a alta rotatividade nas redes municipais de ensino como alguns dos principais obstáculos. Segundo Klemann, os profissionais capacitados muitas vezes não permanecem nas redes públicas, o que impacta negativamente a continuidade e a qualidade dos projetos de inovação.