O avanço da inteligência artificial (IA) na medicina está transformando a saúde preventiva e regenerativa. No maior laboratório de IA da América Latina, localizado na Unicamp, pesquisadores estão desenvolvendo tecnologias que prometem identificar problemas de saúde antes mesmo que eles ocorram. Entre essas inovações, destacam-se o relógio inteligente, capaz de monitorar sinais vitais em tempo real, e o desenvolvimento de um curativo inovador para regenerar tecidos cardíacos após infartos.
IA em relógio inteligente na saúde preventiva
Uma das inovações é o relógio inteligente que interpreta dados como batimentos cardíacos, pressão arterial e níveis de açúcar no sangue. Esse dispositivo possibilita ao paciente monitorar sua saúde e, em alguns casos, identificar problemas antes mesmo que um médico o faça.
Anderson Rocha, coordenador do laboratório de inteligência artificial da Unicamp, explica que a IA é capaz de analisar sinais fisiológicos do corpo humano para indicar a necessidade de intervenção médica precoce. “Identificamos manifestações no corpo que podem nos ajudar a encaminhar o paciente para especialistas o quanto antes”, detalha Rocha.
Além disso, o relógio pode monitorar episódios de ansiedade e apneia do sono, oferecendo uma análise detalhada da saúde mental e física do paciente. “Se uma pessoa experimenta muitos episódios de ansiedade e não se dá conta disso, o relógio, junto com os algoritmos, pode identificar a frequência dos episódios e sugerir que ela procure um especialista”, complementa o coordenador.
Curativo inovador para corações infartados
Outra tecnologia inovadora em destaque é o curativo de colágeno e células-tronco, desenvolvido por pesquisadoras no complexo de laboratórios do Sirius, em Campinas (SP). Essa solução visa reativar áreas do coração danificadas por infartos, utilizando células regenerativas que já estão presentes no corpo humano.
Cíntia Horinouchi, uma das pesquisadoras do projeto, explica que o curativo “lidera” outras células na regeneração dos tecidos danificados. Esse avanço, que utiliza nanotecnologia, mostra-se promissor, mas ainda precisa passar por mais fases de teste antes de ser amplamente disponibilizado. A pesquisa também está focada em recriar tecidos humanos em laboratório, como pele para enxertos.