O manto sagrado tupinambá, que esteve na Dinamarca desde o século XVII, finalmente retornou ao Brasil no início de julho. Agora, o artefato será entregue ao povo tupinambá de Olivença durante uma cerimônia especial, marcada para os dias 10 a 12 de setembro. O manto está sob a custódia do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os tupinambás aguardaram esse retorno por muito tempo, pois consideram o manto um importante símbolo de sua cultura e história. Para eles, o manto não é apenas um objeto, mas um ser vivo que carrega a essência de seus ancestrais. Por isso, a chegada do manto ao Brasil gerou grandes expectativas, embora o Conselho Indígena Tupinambá de Olivença tenha expressado descontentamento por não ter recebido notificação oficial sobre o retorno do artefato.
O Museu Nacional, encarregado da conservação do manto, precisou adotar uma série de medidas para garantir a preservação do artefato antes de sua apresentação pública. A cerimônia de entrega do manto aos tupinambás está sendo organizada pelo Ministério dos Povos Indígenas, e contará com a presença de uma comissão de representantes indígenas.
História
Os tupinambás confeccionaram o manto, que mede 1,80 metro de altura, usando penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural. Esse artefato, de valor inestimável, não é apenas um testemunho da habilidade artesanal do povo tupinambá, mas também um elo importante com seu passado e suas tradições. Estima-se que os tupinambás tenham produzido o manto há quase quatro séculos, em uma época em que a confecção desse tipo de vestimenta era uma prática comum entre eles.