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Sete sóis no céu de Chengdu surpreendem moradores com fenômeno óptico raro

Um raro fenômeno óptico em Chengdu criou a ilusão de sete sóis no céu. A refração e dispersão da luz explicam essa cena impressionante.
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Imagine olhar para o céu e se deparar com sete sóis brilhando ao mesmo tempo. Essa cena, digna de um filme de ficção científica, aconteceu na cidade chinesa de Chengdu no último domingo (18). Um vídeo capturando o momento, filmado por um morador local, rapidamente viralizou nas redes sociais, gerando grande curiosidade e especulação. 

O fenômeno, que deixou muitos perplexos, é resultado de uma combinação rara de condições climáticas e fenômenos ópticos na atmosfera. Para entender como essa ilusão de ótica ocorreu, é necessário explorar dois fenômenos principais: refração e dispersão da luz. 

O que é refração e como ela cria ilusões? 

A refração é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz passa de um meio para outro, como do ar para a água, alterando sua velocidade e direção. Essa mudança pode criar efeitos visuais interessantes, como o que foi observado em Chengdu. 

Victor Ávila, coordenador de física dos Colégios Matriz Educação, explica que um exemplo simples de refração pode ser observado ao mergulhar um lápis em um copo de água. Quando olhamos o lápis através do copo, parece que ele está quebrado. Isso ocorre porque a água atua como um meio restringente, alterando as características da imagem. No caso do fenômeno em Chengdu, a luz do Sol passou por meios atmosféricos que modificaram sua propagação, criando a ilusão de múltiplos sóis. 

A dispersão e sua contribuição para o fenômeno 

Além da refração, a dispersão da luz também desempenhou um papel crucial na criação dessa ilusão óptica. A dispersão ocorre quando a luz branca é separada em suas diferentes cores ao passar por um prisma, ou, neste caso, através da atmosfera. Esse fenômeno é responsável pela formação de arco-íris e também pela alteração das cores nos sóis refletidos na filmagem de Chengdu. 

Na prática, a luz do Sol foi refletida várias vezes na atmosfera, criando projeções múltiplas de sua imagem. Contudo, para que esse efeito pudesse acontecer, era necessário um conjunto específico de condições climáticas, como a posição exata da Terra em relação ao Sol, a quantidade de nuvens e o nível de umidade na atmosfera. 

Uma possível explicação adicional 

Especialistas que analisaram as imagens sugerem que pode haver um terceiro efeito em ação, potencialmente aumentando o número de sóis visíveis. Patrícia Takahashi, professora de física do Centro Educacional Pioneiro, teoriza que, além da refração atmosférica, poderia ter ocorrido uma segunda refração em uma janela ou superfície de vidro, multiplicando ainda mais as imagens do Sol. 

“É possível que o vidro tenha agido como um segundo meio de refração, criando reflexos adicionais que contribuíram para a multiplicação das imagens”, explica Takahashi. Independentemente da explicação exata, é inegável que o fenômeno observado em Chengdu é extremamente raro e impressionante. 

O Parélio: um fenômeno semelhante 

Outro fenômeno óptico atmosférico que pode causar a multiplicação da imagem do Sol é o Parélio, também conhecido como “Sol falso”. Este efeito, embora diferente do que foi visto em Chengdu, também resulta da refração e reflexão da luz solar. O Parélio ocorre quando os raios do Sol passam por cristais de gelo hexagonais minúsculos presentes nas nuvens, geralmente formando dois sóis falsos a 22º de cada lado do Sol verdadeiro. 

Além dos sóis falsos, o Parélio costuma criar um anel de luz ao redor do Sol, compondo uma estrutura circular que também é considerada rara e fascinante. 

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