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Investidores apostam em títulos verdes para reflorestamento da Amazônia

Títulos verdes estão impulsionando o reflorestamento da Amazônia e atraindo investidores.
(Foto: Andre Deak/Wikimedia Commons)

Na última semana, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) anunciou a emissão de títulos verdes, no valor de US$ 225 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Esta iniciativa visa direcionar investimentos para o reflorestamento de áreas desmatadas na Amazônia, utilizando um modelo de título de impacto conhecido como outcome bond, que financia projetos com resultados socioambientais mensuráveis. Este anúncio representa a maior emissão desse tipo já realizada pelo Bird.

A dinâmica dos títulos verdes para o reflorestamento da Amazônia

Alexander Marinho, gestor de fundos estruturados certificado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), explica à Agência Brasil que os títulos de impacto funcionam de maneira semelhante a outros títulos de dívida. Nesta modalidade, uma parte busca recursos e outra está disposta a investir, enquanto agentes intermediários avaliam e estruturam o financiamento. O diferencial desses títulos verdes é que, além de uma remuneração fixa, há uma variável atrelada ao sucesso do projeto, o que pode atrair investidores em busca de retornos alinhados a impactos positivos.

Detalhes do acordo

O acordo para os títulos verdes emitidos pelo Bird possui um prazo de nove anos, com liquidação prevista para 2033. As condições oferecidas incluem uma taxa de juros anual fixa de 1,745%, além de um acréscimo variável que pode alcançar até 4,362% ao ano, dependendo dos resultados do projeto. Segundo Marinho, essa combinação de remuneração fixa e variável torna o título uma opção atraente para investidores que buscam tanto retorno financeiro quanto impacto socioambiental positivo.

O projeto de reflorestamento e suas expectativas

O principal objetivo deste financiamento é o reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, conduzido por uma startup brasileira. A expectativa é que, através da remoção de carbono das áreas recuperadas, a empresa possa gerar lucro no mercado de carbono. Além de contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa, o projeto também visa a retirada de gases já presentes na atmosfera, uma abordagem inovadora no contexto dos títulos verdes.

Dos US$ 225 milhões captados, cerca de 16% serão investidos diretamente nas ações de reflorestamento. O restante dos recursos será destinado ao pagamento dos juros aos investidores, até que as árvores plantadas atinjam o potencial necessário para gerar novos recursos financeiros no mercado de carbono.

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O interesse dos investidores e os riscos envolvidos

Os títulos verdes para o reflorestamento da Amazônia já atraíram o interesse de grandes investidores internacionais, que veem nos green bondsuma oportunidade de associar suas marcas a impactos socioambientais positivos. No entanto, como em qualquer projeto inovador, existem riscos. Caso o projeto não atinja os resultados esperados, o retorno financeiro pode ficar abaixo das expectativas do mercado.

Segundo Marinho, o respaldo do Bird, que faz parte do Banco Mundial, contribui para aumentar a atratividade dos papéis emitidos. Ele também destaca que a estruturação dos títulos é cuidadosamente planejada por equipes especializadas, garantindo a captação do maior número possível de investidores e fontes de financiamento.

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