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Alho: versatilidade culinária e impacto medicinal

O alho é um tempero universal com profunda importância histórica e medicinal. Descubra sua evolução e impacto nas culturas e na saúde global.
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O alho, conhecido cientificamente como Allium sativum, é muito mais do que um tempero comum nas cozinhas ao redor do mundo. Presente em diversas culturas e utilizado há milênios, o alho se destaca não apenas por seu papel na gastronomia, mas também por suas propriedades medicinais e seu impacto cultural. 

Origem e disseminação global  

O alho tem suas raízes na Ásia, sendo cultivado e utilizado há mais de 20 mil anos. Sua disseminação para outras regiões do mundo foi facilitada pela Rota da Seda, uma rede de comércio ativa entre 500 a.C. e meados do século XV. Esta rota conectava a Ásia à Europa e, posteriormente à África, permitindo que o alho se espalhasse e se estabelecesse em diferentes culturas. 

Atualmente, o alho é um ingrediente fundamental em praticamente todas as cozinhas do mundo. Seu sucesso global pode ser atribuído aos seus benefícios culinários e às suas propriedades medicinais, que têm sido valorizadas desde a antiguidade. 

Composição e princípios ativos  

Cientificamente, o alho contém uma rica composição química, com mais de 2000 substâncias identificadas. Entre elas, destacam-se os organossulfurados, flavonoides e ácidos fenólicos. Cada parte da planta possui uma concentração diferente desses compostos. Por exemplo, os flavonoides e ácidos fenólicos predominam nas folhas, enquanto a alicina, um composto organossulfurado bioativo, é mais abundante nas raízes. 

A alicina é particularmente notável por suas propriedades terapêuticas. A Farmacopeia Brasileira descreve o alho como um bulbo e indica seu uso para o controle de lipídios no sangue e na prevenção da aterosclerose, além de auxiliar no tratamento da hipertensão arterial leve a moderada. 

Propriedades terapêuticas  

Os componentes bioativos do alho, conhecidos como agentes nutracêuticos, oferecem benefícios tanto nutritivos quanto terapêuticos. A alicina, por exemplo, possui propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias significativas. Estudos demonstraram que o alho pode ser eficaz no combate a infecções bacterianas, como as causadas por Staphylococcus aureus e Escherichia coli, bem como a infecções fúngicas e parasitárias. 

Além disso, o alho possui efeitos antioxidantes e antitumorais, o que o torna um candidato promissor para o tratamento de várias doenças. No entanto, são necessárias mais pesquisas para determinar as doses terapêuticas e seguras para o uso em seres humanos. 

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Resistência bacteriana e potenciais futuros  

A resistência antimicrobiana, caracterizada pela capacidade de microrganismos de resistir a tratamentos com antibióticos, é um problema crescente em todo o mundo. O alho, com suas propriedades antimicrobianas, surge como uma alternativa viável para enfrentar essa resistência. 

Pesquisas laboratoriais têm mostrado que o alho pode ser eficaz em combinação com antibióticos tradicionais, ajudando a combater infecções resistentes. No entanto, a maioria dos estudos realizados até agora são in vitro, e investigações adicionais em seres vivos são necessárias para confirmar esses efeitos e estabelecer diretrizes de uso seguro. 

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