Pesquisadores da University of Texas Medical Branch apresentaram um avanço significativo na luta contra o mal de Alzheimer. Um novo spray nasal desenvolvido por eles mostrou ser eficaz em remover proteínas tau do cérebro, associadas à doença, em estudos com camundongos. Essa descoberta pode abrir caminho para novos tratamentos não invasivos para doenças neurodegenerativas.
Até o momento, tratamentos direcionados à tau enfrentaram desafios devido à dificuldade em penetrar nas partes do neurônio onde a proteína se acumula. A inovação do spray nasal está na sua capacidade de entregar anticorpos diretamente no cérebro. Os cientistas otimizaram esses anticorpos para se ligarem e eliminarem a tau de maneira eficiente.
O papel das proteínas tau e amiloide no Alzheimer
A doença de Alzheimer é marcada pelo acúmulo de duas proteínas: amiloide e tau. Enquanto a maioria dos tratamentos aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) focam na remoção da amiloide, o novo spray nasal se concentra na eliminação dos emaranhados de tau. Em um cérebro saudável, a proteína tau ajuda a manter a estrutura de suporte dos neurônios. No entanto, na doença de Alzheimer, a tau se acumula e se torce de forma anormal, formando emaranhados neurofibrilares que causam danos e morte celular.
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Desafios e futuras perspectivas
Os estudos em camundongos idosos com doenças neurodegenerativas mostraram uma redução significativa no acúmulo de tau e melhorias na memória após a aplicação do spray nasal. Este avanço é particularmente importante, pois até hoje, a maioria dos tratamentos foca na remoção de amiloide, com menos atenção à tau.
Embora os resultados em camundongos sejam encorajadores, é crucial lembrar que ainda há um longo caminho a percorrer antes que esse tratamento possa ser testado em humanos. Cerca de 70% dos medicamentos na fase pré-clínica não avançam para testes em humanos, e apenas 10% dos que entram em testes clínicos chegam ao mercado.
Potencial revolucionário
Apesar dos desafios, o spray nasal oferece um método promissor e não invasivo de administração de anticorpos tau diretamente no cérebro. Se os testes clínicos confirmarem sua eficácia, poderá revolucionar o tratamento não apenas do Alzheimer, mas também de outras doenças neurodegenerativas, como demência frontotemporal e paralisia supranuclear progressiva.