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Por que grandes empresas estão aumentando os investimentos em cultura

Confira como o investimento em cultura está moldando o cenário econômico brasileiro.
Entenda os investimentos em cultura no Brasil. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons).

O investimento em artes/cultura no Brasil tem mostrado um crescimento nos últimos anos, alavancado principalmente por incentivos fiscais como a Lei Rouanet. Conheça, aqui, os principais investidores, os impactos econômicos e sociais, e as tendências para o futuro, com um foco especial nas grandes empresas e instituições que lideram esses esforços.

Vale e sua liderança no setor de investimentos em cultura

Em 2023, pelo quarto ano consecutivo, a Vale manteve-se como a maior investidora em cultura do Brasil através da Lei Rouanet. A mineradora destinou R$ 221 milhões para projetos culturais, somando um total de R$ 1,1 bilhão nos últimos cinco anos. Entre as iniciativas apoiadas estão o Instituto Inhotim, a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Bienal de São Paulo. Além disso, a Vale mantém quatro espaços culturais em Belo Horizonte, Vitória, São Luís e Canaã dos Carajás.

Itaú Unibanco: a segunda maior contribuição

O Itaú Unibanco ocupa a segunda posição, com R$ 123 milhões investidos em 2023 e um total de R$ 442 milhões nos últimos cinco anos. A Fundação Itaú, que administra as atividades do Itaú Cultural na Avenida Paulista, destinou cerca de R$ 100 milhões diretamente ao setor cultural no ano passado. Desde 2016, a fundação utiliza recursos próprios de seu fundo patrimonial, avaliado em R$ 5,5 bilhões, para financiar suas iniciativas.

Outros investidores de destaque

O ranking dos maiores investidores via Rouanet inclui ainda Bradesco, BNDES e Santander, com aportes de R$ 280 milhões, R$ 220 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente, nos últimos cinco anos. A Petrobras, que já foi a principal mecenas da cultura no Brasil, aparece em 8º lugar nos últimos cinco anos, mas retomou força em 2023, destinando R$ 192 milhões para a cultura.

A importância da Lei Rouanet

A Lei Rouanet tem sido importante para o financiamento de projetos culturais no Brasil. Em 2023, os investimentos totais realizados através dessa lei atingiram R$ 2,3 bilhões. Este montante supera, por exemplo, o investimento direto do Ministério da Cultura no mesmo período, que foi de R$ 97 milhões. Desde 2010, a Lei Rouanet movimenta anualmente mais de R$ 1 bilhão, demonstrando seu papel vital na promoção cultural.

Distribuição regional e tipos de projetos

A maior parte dos investimentos em 2023 foi direcionada ao Sudeste (73%), seguido pelo Sul (14%), Nordeste (6%), Centro-Oeste (2%) e Norte (2%). As artes cênicas receberam 26% dos recursos, seguidas pela música (25%), artes visuais (13%) e museus (13%).

Novos entrantes e crescimento de investimentos

Empresas como Nubank e Shell começaram a usar a Lei Rouanet recentemente, com investimentos significativos. O Nubank investiu R$ 64 milhões em 2023, apoiando projetos como o espetáculo “Viva o Povo Brasileiro” e o 18º Festival de Teatro da Amazônia. A Shell, que aportou R$ 55 milhões no ano passado, tem apoiado museus e prêmios culturais.

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Mas afinal, ESG é investimento em cultura?

Sim, o investimento em artes pode ser enquadrado como ESG (Environmental, Social, and Governance) sob certas condições. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o investimento em artes pode se alinhar com os princípios ESG:

1. Aspectos sociais (S):

  • Inclusão e Diversidade: investimentos em programas de arte que promovem a inclusão e a diversidade podem atender aos critérios sociais de ESG. Por exemplo, apoiar artistas de comunidades sub-representadas ou financiar exposições que abordem questões sociais relevantes.
  • Educação e Comunidade: financiamento de iniciativas artísticas que ofereçam educação em arte para comunidades carentes ou que utilizem a arte como uma ferramenta para desenvolvimento comunitário e engajamento social.
    Saúde e Bem-Estar: a arte pode contribuir para a saúde mental e bem-estar da comunidade, através de terapias artísticas e programas culturais que promovam a coesão social.

2. Exemplos de aplicação: 

  • Fundos de Impacto Social: existem fundos de investimento que destinam recursos a projetos artísticos que geram impacto social positivo, como a Fundação Calouste Gulbenkian, que financia iniciativas culturais e artísticas com foco no desenvolvimento social.
  • Parcerias Público-Privadas: colaborações entre governos e empresas privadas para financiar projetos de arte pública que promovam a sustentabilidade e a inclusão social.
  • Programas Corporativos de Artes: empresas que incorporam programas de arte em suas práticas de ESG, como a instalação de obras de arte sustentáveis em seus escritórios ou o patrocínio a eventos culturais inclusivos.

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