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Descobertas arqueológicas revelam caça na Amazônia há 12.500 anos

Descobertas arqueológicas na Amazônia descobrem pinturas rupestres que revelam hábitos de caça e mitologia há 12.500 anos no local.
Arte rupestre na Amazônia; Pinturas antigas na Serranía de la Lindosa; Descobertas arqueológicas na Colômbia.

Uma equipe internacional de arqueólogos fez uma descoberta impressionante na Floresta Amazônica, na Colômbia. Pinturas rupestres, datadas de 10.500 a.C., foram encontradas na região de Cerro Azul, na Serranía de la Lindosa. Essas imagens oferecem uma visão valiosa sobre a vida e a mitologia dos primeiros humanos no continente americano. As descobertas foram publicadas na última semana em um artigo publicado pelo Journal of Anthropological Archaeology.

Retomada das Pesquisas Científicas

Para possibilitar as descobertas arqueológicas na Amazônia, os cientistas retomaram as investigações na área em 2016. Isso aconteceu após o acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Desde então, arqueólogos documentaram diversos sítios de arte rupestre, com destaque para os 16 painéis na região do Rio Guayabero, no noroeste de Guaviare.

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Análise dos Painéis

Os arqueólogos concentraram seus estudos em seis desses painéis, cujas áreas desenhadas variavam de 60 a 400 m². Usando técnicas de fotogrametria de drone e fotografia tradicional, capturaram 3.223 imagens. Essas imagens foram então categorizadas de acordo com sua forma. As “figurativas” são as mais comuns. Os pesquisadores identificaram pelo menos 22 espécies de animais, incluindo veados, pássaros, queixadas, lagartos, tartarugas e antas.

(Foto: Universidade de Exeter)

Curiosidades e Hipóteses Mitológicas

Curiosamente, os grandes felinos, como as onças-pintadas, principais predadores da região, não aparecem nas artes, sugerindo uma possível aversão ou tabu cultural em representá-los. A presença de figuras teriantrópicas nos painéis reforça essa hipótese, combinando características humanas e de outros animais e indicando aspectos mitológicos da cultura indígena local.

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Conexão com os Animais

Mark Robinson, um dos responsáveis pelo projeto, afirmou que “A arte revela de maneira incrível como esses primeiros colonos entendiam seu lugar no mundo e formavam relacionamentos com os animais. Eles consideravam os animais não apenas como fonte de alimento, mas também como seres reverenciados com conexões sobrenaturais.” A análise dos restos de animais recuperados de escavações próximas à galeria também complementa essa visão.

Aspectos Cosmológicos

Embora arqueólogos encontrem abundantes restos de peixes nos vestígios, a arte representa cenas de pesca em apenas dois painéis. Javier Aceituno explicou que “os povos indígenas de Cerro Azul e das terras vizinhas caçavam e retratavam uma gama de animais de diferentes ecologias. De peixes aquáticos a macacos arbóreos, dos veados terrestres aos pássaros aéreos”.

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As imagens das descobertas arqueológicas na Amazônia também revelam aspectos cosmológicos da vida na região, onde certas espécies são mais representadas que outras, possivelmente devido a suas significâncias mitológicas e tabus culturais. Jose Iriarte destacou que “essas imagens certamente oferecem maior nuance à nossa compreensão do poder dos mitos nas comunidades indígenas”.

As descobertas na Serranía de la Lindosa oferecem um vislumbre do cotidiano das antigas populações amazônicas. Elas também ajudam a entender melhor sua mitologia e cultura. Essas representações artísticas são uma janela para a relação complexa e reverente que esses primeiros americanos tinham com seu ambiente e seus mitos.

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