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Amamentação reduz risco de câncer de mama em até 20%

A amamentação pode reduzir em até 20% o risco de câncer de mama, além de trazer inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebê.
leite materno - câncer mama

Estudos recentes trazem boas notícias para as mães: a amamentação pode reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. Publicado na Revista Cancer Medicine, uma pesquisa indica que cada 12 meses de aleitamento materno diminui em 4,3% a possibilidade de desenvolver essa doença. “E isso é cumulativo: a cada nascimento, esse risco reduz 7%“, afirmou Maíra Domingues, coordenadora de Assistência do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fiocruz, em entrevista à Agência Brasil.

Benefícios

A pesquisa revela que essa proteção se aplica a mulheres de diferentes nacionalidades, idades, etnias e condições socioeconômicas. “Temos evidências fortes que mostram essa redução do câncer de mama“, explicou Maíra Domingues. O Banco de Leite Humano recomenda o aleitamento exclusivo durante seis meses, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e, após esse período, a continuidade até dois anos ou mais.

Proteção

Os benefícios da amamentação vão além da nutrição infantil. “Amamentar protege não só a criança, mas também a mulher“, ressaltou. Além de reduzir o risco de câncer de mama, a prática diminui a probabilidade de desenvolver câncer de ovário, diabetes e doenças cardiovasculares. Para as crianças, os benefícios incluem proteção contra doenças diarreicas, infecções respiratórias, melhor desenvolvimento orofacial e redução de problemas como obesidade e diabetes.

Outro ponto importante destacado pela pesquisa é a presença de células-tronco no leite humano, o que amplia ainda mais seus benefícios terapêuticos. “O leite humano tem um potencial enorme que vai além da alimentação da criança“, afirmou a coordenadora.

O mastologista Afonso Nazário, do Hospital do Coração, esclareceu que a redução do risco de câncer de mama é relativa à população geral e não individual. “Mulheres que amamentam pelo menos um ano têm 4% menos risco em relação à população em geral. Se agregarem um novo parto, essa redução aumenta para 11%“, explicou. Ele destacou que esse efeito protetor é mais forte em mulheres jovens, especialmente abaixo dos 35 anos.

Nas mulheres com mutações hereditárias, como as BRCA1, a amamentação pode reduzir a manifestação do câncer de mama em 22% a 50%. “Mesmo nascendo com uma mutação agressiva, há como diminuir esse risco“, afirmou o mastologista. Ele também mencionou um estudo feito pela Unifesp e Ufam, que mostrou a ausência de mortalidade por câncer de mama em populações indígenas, onde a prática da amamentação é prolongada.

Teorias e estudos complementares

Guilherme Novita, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), apresentou duas teorias para explicar a proteção proporcionada pela amamentação. A primeira sugere que a fase de dormência dos ovários durante a amamentação reduz a produção de hormônios que podem alterar as células mamárias. A segunda teoria, menos aceita, propõe que a amamentação torna as células mamárias mais estáveis e menos suscetíveis a agentes cancerígenos.

Apesar dos inúmeros benefícios, os especialistas alertam que a amamentação não deve ser vista exclusivamente como uma medida preventiva contra o câncer de mama. “O maior benefício da amamentação é a nutrição da criança“, destacou Guilherme Novita. No entanto, a redução do risco de câncer é um benefício adicional importante, especialmente em um país como o Brasil, onde a nutrição infantil pode ser um desafio.

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