Pirâmide de Djoser: elevador hidráulico pode ter ajudado a construir

Estudo revela que a pirâmide de Djoser pode ter sido construída com elevador hidráulico, desafiando teorias anteriores.
Pirâmide de Djoser com elevador hidráulico.
(Foto: amr osama/Pexels)

Um estudo recente publicado na revista PLOS ONE sugere que os construtores da pirâmide de Djoser, também conhecida como pirâmide de degraus, podem ter usado um elevador hidráulico para sua construção. Essa descoberta pode indicar que os antigos egípcios possuíam conhecimentos avançados em sistemas hidráulicos muito antes do que se imaginava​.

A pirâmide de Djoser, erguida no século XXVII a.C. na necrópole de Sacará, é a primeira pirâmide construída no Egito. Com cerca de 60 metros de altura, o arquiteto real Imhotep projetou-a para o sepultamento do Faraó Djoser. Este monumento consiste em seis mastabas empilhadas, formando uma estrutura de degraus.

As mastabas são estruturas funerárias do Egito Antigo, precedendo as pirâmides clássicas. A palavra “mastaba” deriva do árabe, significando “banco” ou “banco de pedra”, refletindo sua forma retangular e baixa, semelhante a um banco.

Principais características das mastabas incluem:

  • Forma: Têm uma base retangular com lados inclinados e um teto plano, lembrando uma grande caixa baixa.
  • Material: Eram geralmente construídas com tijolos de barro ou pedra.
  • Função: Serviam como túmulos para nobres e oficiais importantes, com a câmara funerária abaixo do solo e a estrutura acima atuando como monumento e local de cultos funerários.
  • Componentes: Incluíam uma capela para oferendas, uma falsa porta simbolizando a passagem para o além, e uma câmara funerária subterrânea para o corpo e bens funerários.
  • Desenvolvimento: As mastabas antecederam as pirâmides escalonadas e as pirâmides clássicas, como as de Gizé. Um exemplo é a Pirâmide de Djoser, formada por várias mastabas empilhadas.

Uso de Tecnologia Hidráulica

Os pesquisadores analisaram a estrutura interna da pirâmide e sugerem que a construção pode ter seguido um “estilo vulcão”. Eles acreditam que usaram a pressão da água para empurrar as pedras aos seus devidos lugares. Os antigos egípcios, conhecidos por sua maestria em hidráulica para irrigação e transporte de pedras, podem ter usado água livre de sedimentos. Eles obtinham essa água da seção sul do Fosso Seco para levantar as pedras do centro da pirâmide.

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A hipótese desafia a teoria amplamente aceita de que os trabalhadores usaram rolos para transportar os blocos de pedra e rampas para levantá-los. Se os pesquisadores validarem as novas descobertas, isso mostrará que os egípcios possuíam um conhecimento hidráulico mais avançado do que se pensava.

Descobertas Adicionais

A estrutura chamada Gisr el-Mudir, uma das mais antigas construções de pedra, pode ter funcionado como uma barragem para reter sedimentos e água. A topografia sugere a presença de um lago temporário a oeste do complexo de Djoser, com um fluxo de água semelhante a um fosso.

Nessa estrutura, os pesquisadores encontraram um canal linear escavado na rocha, que funcionaria como uma estação de tratamento de água. Este sistema incluía uma bacia de decantação e uma de retenção, além de um sistema de purificação, indicando um sofisticado controle hidráulico​.

Funcionamento do Elevador Hidráulico

Um elevador hidráulico utiliza a pressão aplicada por um líquido para transmitir força através do sistema, permitindo levantar objetos com menor esforço. Na construção da pirâmide de Djoser, o mecanismo poderia ter movimentado grandes blocos de pedra do chão para o topo, uma técnica inovadora para a época​.

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Reabilitação e Restauro

A pirâmide de Djoser passou por obras de reabilitação iniciadas em 2006 devido ao risco de colapso. A Primavera Árabe interrompeu as atividades em 2011. As atividades foram retomadas em 2013. Concluíram a restauração em 2020, com um custo de cerca de 6,6 milhões de dólares, e reabriram a pirâmide ao público.

Impacto da Descoberta

Essa pesquisa abre uma nova linha de investigação sobre o uso da força hidráulica nas construções faraônicas. Se validada, pode revolucionar nosso entendimento sobre as técnicas de construção dos antigos egípcios e destacar a complexidade de sua engenharia​.

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