A vida e a obra de Virginia Woolf (1882-1941) servem como base para o monólogo “Virginia”, primeiro solo teatral da atriz Claudia Abreu. O espetáculo resulta de um intenso processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos, marcando também a estreia de Claudia como autora teatral. Após estrear em julho de 2022, em São Paulo, a peça já foi assistida por mais de 40 mil pessoas pelo Brasil. No Recife, “Virginia” será apresentada nos dias 2, 3 e 4 de agosto de 2024, no Teatro do Parque, com ingressos disponíveis na Sympla.
Explorando a biografia de Virginia Woolf
Na peça, Virginia Woolf revisita momentos importantes de sua vida, revelando sua paixão pelo conhecimento, a convivência com os amigos intelectuais do grupo Bloomsbury, seus afetos e dores, além de seu processo criativo. A estrutura do texto utiliza o recurso literário mais característico de Woolf: a alternância de fluxos de consciência, que dá vida às vozes reais ou fictícias sempre presentes em sua mente.
Para Claudia Abreu, o formato do monólogo foi uma escolha natural. “Todas as vozes estão dentro dela. Eu nunca quis estar sozinha no palco, sempre gostei da interação cênica com outros colegas, mas a personagem me impeliu para isso”, explica a atriz. O processo criativo de Claudia se desenvolveu através de improvisações ao longo dos últimos anos, especialmente durante a pandemia.
Desvendando a complexidade de Virginia Woolf
Claudia Abreu desafia a interpretação comum da vida de Virginia Woolf, que frequentemente foca apenas em seus momentos finais, marcados pela tragédia do suicídio aos 59 anos. Na peça, Claudia busca mostrar uma Virginia mais completa, cuja genialidade literária superou as adversidades impostas por sua época.
Woolf enfrentou a proibição de estudar em universidades por ser mulher, a perda precoce da mãe e de uma irmã, e a necessidade constante de provar seu valor intelectual ao pai. Na adolescência, sofreu abusos de dois meio-irmãos. Apesar dessas dificuldades, sua capacidade criativa e sensibilidade permaneceram intactas, inspirando gerações de escritores.
A aproximação de Claudia Abreu com a escritora
O primeiro contato de Claudia Abreu com a obra de Woolf foi em 1989, quando participou da peça “Orlando”, dirigida por Bia Lessa, aos 18 anos. Anos depois, Claudia desenvolveu um interesse pela escrita, especialmente pelo estilo de fluxo de consciência, que a levou de volta aos textos de Woolf. Seu livro favorito, “As Ondas”, foi uma fonte de profunda identificação e inspiração.
Determinado a explorar mais sobre a biografia de Virginia Woolf, Claudia mergulhou em biografias, memórias e diários da escritora britânica. A partir dessa extensa pesquisa, ela escreveu a peça “Virginia”, que se concentra nos fluxos de consciência de Woolf nos últimos momentos de vida, como um filme que passa rapidamente antes da morte.
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Publicação e direção
A peça “Virginia” foi publicada pela Editora Nós e Claudia não só a escreveu como também a interpretou, sob a direção de Amir Haddad. A estreia ocorreu em 2022, em São Paulo, seguida por apresentações em várias cidades brasileiras. Em 2024, a turnê continua com apresentações programadas para Recife, Fortaleza, Mossoró, Natal e Rio de Janeiro.
Agenda e informações
Virginia, de Claudia Abreu
Datas: 2 e 3 de agosto, às 20h; 4 de agosto, às 19h
Local: Teatro do Parque (Rua do Hospício 81, Boa Vista)
Ingressos: R$ 140 (inteira), R$ 70 (meia), Ingresso social: R$ 100 + 1kg de alimento não perecível, à venda no Sympla
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos