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Manto Tupinambá retorna ao Brasil após séculos na Dinamarca

Manto Tupinambá volta ao Brasil após séculos na Dinamarca. Museu Nacional anuncia apresentação em breve.
Manto Tupinambá
O mando Tupinambá é sagrado para os povos originários (Imagem: divulgação/Museu Nacional da Dinamarca)

O Museu Nacional confirmou na última quinta-feira (11) o retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, após permanecer na Dinamarca desde o século 17. A peça será exibida nas próximas semanas, em uma data a ser anunciada.

De acordo com a instituição, todas as medidas necessárias foram tomadas para garantir a conservação do manto, que é considerado sagrado pelos povos indígenas. “Após a adoção de todos os procedimentos necessários para a perfeita conservação da peça, tão importante e sagrada para nossos povos originários, apresentaremos o manto à sociedade”, afirmou o Museu Nacional em nota.

História

O Manto Tupinambá é uma vestimenta de 1,80 metro, confeccionada com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural. A peça foi levada ao Museu Nacional da Dinamarca em 1689, e acredita-se que tenha sido produzida quase um século antes. Além do valor estético e histórico, a devolução do manto simboliza um resgate importante para a memória do povo tupinambá, que vê no artefato uma conexão direta com os ancestrais e tradições culturais.

Recepção Tradicional Adiada

O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (Cito), da Bahia, informou que havia um acordo para que o manto fosse recebido no Brasil com uma cerimônia tradicional coordenada pelos tupinambás. No entanto, a cacique Maria Valdelice de Jesus, a Jamopoty, foi informada na última segunda-feira (8) que o manto já estava no Museu Nacional e que não seria possível organizar a recepção antes da apresentação ao público. “O manto retornou para nós, mas ainda não foi recepcionado pelo nosso povo, de acordo com as tradições. Esse manto de mais de 300 anos é um ancião sagrado que carrega consigo a história e a cultura de nosso povo”, destacou.

Museu Nacional

O Museu Nacional, por sua vez, pede compreensão e afirma que está em contato direto com os povos indígenas para organizar a apresentação do manto com todo o cuidado e respeito. A instituição também expressou gratidão pela confiança da Dinamarca na reconstrução do museu, devastado por um incêndio em 2018, e espera que este gesto inspire outras nações a seguirem o exemplo.

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