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Empresário brasileiro lança museu de porcelana chinesa em Portugal

Conheça o museu de porcelana chinesa em Portugal de Renato de Albuquerque.
Uma das peças de porcelana chinesa no acervo da Família Albuquerque. Só há dois conjuntos deles conhecidos no mundo, um é do museu de Dresden e o outro, o de Albuquerque. (Foto: Reprodução).

O empresário brasileiro Renato de Albuquerque, cofundador do renomado empreendimento Alphaville, está prestes a inaugurar um museu em Portugal dedicado à sua vasta coleção de porcelana chinesa. A coleção, composta por aproximadamente 2.500 peças, é avaliada entre 120 milhões e 150 milhões de euros e será abrigada pela Albuquerque Foundation, uma instituição 100% privada.

O museu será localizado na Quinta de São João, na região do Linhó, em Sintra, a cerca de 40 minutos de Lisboa. A propriedade histórica, que já serviu como segunda residência da família Albuquerque, está passando por um retrofit arquitetônico liderado pelo carioca Thiago Bernardes. Além da restauração da casa centenária, um novo pavilhão foi construído para exposições temporárias. A direção do museu estará sob o comando de Jacopo Crivelli Visconti, ex-curador da 34ª Bienal Internacional de São Paulo.

Envolvimento brasileiro no museu

Além de Albuquerque, diversos brasileiros estão envolvidos no projeto. Mariana Teixeira de Carvalho, neta do empresário e residente em Londres, é a cofundadora e presidente do conselho da fundação. Com uma carreira no mundo das artes, ela busca transformar a fundação em um destino cultural.

A decisão de Albuquerque em estabelecer o museu em Portugal, e não no Brasil, está profundamente ligada à história e à valorização da porcelana chinesa no país europeu. “Os portugueses têm uma conexão histórica com a porcelana chinesa devido aos descobrimentos e grandes navegações dos séculos XV e XVI”, explica Albuquerque. Esta ligação remonta às primeiras encomendas portuguesas feitas à China, como as realizadas pelo navegador Jorge Álvares em 1554.

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A coleção de porcelana chinesa

Parte da coleção de Albuquerque já foi exibida em outras instituições, como o Museu Metropolitan de Nova York em 2016 e a Fundação Prada em Milão em 2020. Entre as peças, há artefatos com 400 a 500 anos de história, incluindo serviços de mesa, objetos religiosos e peças encomendadas para o imperador chinês. Albuquerque iniciou sua coleção há cerca de 50 anos e é conhecido por sua memória prodigiosa ao relembrar cada aquisição.

A estrutura do museu será dividida em quatro partes principais. O edifício-mãe, onde ficarão o restaurante, a biblioteca, a loja e as residências artísticas, está sendo renovado, assim como os jardins. A meia-cave, que acolherá a coleção permanente, e o novo edifício para arte moderna foram construídos do zero. Apenas 25% da coleção estará exposta, com o restante armazenado em condições específicas para manutenção e restauro.

Exposições e programação

A inauguração do museu está marcada para fevereiro de 2025, com a exposição inaugural dedicada ao artista americano Theaster Gates, conhecido por seu trabalho com cerâmica e sua preocupação com causas sociais. A fundação também planeja realizar três exposições temporárias anuais, incluindo obras de artistas contemporâneos que trabalham com porcelana.

Além de exposições, a fundação visa fomentar debates e reflexões sobre o significado artístico e histórico da cerâmica. Serão oferecidos programas educativos voltados para famílias, com visitas guiadas, palestras, workshops e eventos ao ar livre, como piqueniques e espetáculos nos jardins da propriedade.

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