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Conheça a Cinemateca Negra, novo mapa do cinema brasileiro

Descubra a Cinemateca Negra: 70 anos de cinema negro no Brasil em uma publicação inédita.
Heitor Augusto, um dos idealizadores da Cinemateca Negra. (Foto: Divulgação)

Em 28 de junho, o Instituto NICHO 54 lançou a publicação inédita “Cinemateca Negra”, um projeto que investiga e documenta a história do cinema negro no Brasil, cobrindo o período de 1949 a 2022. O lançamento ocorreu no Foyer Grande Otelo da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, como parte do 3º Fórum Spcine, reunindo diversas figuras públicas e profissionais dos setores de audiovisual, cultura, comunicação e diversidade.

A programação do evento começou às 14h30 com um debate sobre a importância de obras culturais como a “Cinemateca Negra” na preservação da memória e dignidade das vidas negras. A mesa contou com a presença de Mariana Queen Nwabasili, doutoranda pela USP e pesquisadora em representações cinematográficas vinculadas a raça, gênero, classe e colonialismo; Wini Calaça, documentalista do Centro de Documentação e Memória Institucional de Geledés; e Heitor Augusto, idealizador e coordenador da publicação, que também mediará a discussão.

O que é o projeto?

A “Cinemateca Negra” mapeia 1.104 filmes dirigidos por pessoas negras no Brasil desde 1949, sendo que 83% dessas produções surgiram entre 2010 e 2020. A obra, que inclui um prefácio da Ministra da Cultura Margareth Menezes, é resultado de um projeto do Instituto NICHO 54, fundado por Heitor Augusto, Fernanda Lomba e Raul Perez. Com patrocínios da Open Society Foundations e Spcine, e apoio do Instituto Galo da Manhã, a publicação visa promover a equidade racial no cinema.

Doações e distribuição

Após o lançamento, 50 exemplares da “Cinemateca Negra” serão doados para bibliotecas públicas em São Paulo. A publicação bilíngue também terá uma fase de distribuição nacional e internacional, atualmente em negociação, para garantir sua ampla difusão.

Nesse sentido, a pesquisa revela que a produção cinematográfica negra no Brasil enfrentou muitos desafios, com uma baixa prevalência de longas-metragens e uma predominância de curtas. A mudança tecnológica para o digital e políticas públicas afirmativas contribuíram para o aumento dessas produções na última década. A obra também destaca a importância do documentário e o crescimento dos gêneros experimental e híbrido.

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Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, Heitor Augusto aponta a necessidade de políticas específicas para mulheres e pessoas trans negras, bem como o impacto negativo do desmonte das políticas culturais recentes. A “Cinemateca Negra” busca não apenas documentar, mas também criar tensionamentos que levem a reflexões e ações futuras.

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