O Sistema Único de Saúde (SUS) agora conta com o medicamento rivastigmina para tratar pacientes com doença de Parkinson que desenvolvem demência. A decisão, divulgada em 21 de junho pelo Ministério da Saúde, expande as opções de tratamento disponíveis.
Reconhecida globalmente, a doença de Parkinson figura como a segunda condição neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer. Estatísticas indicam a ocorrência de 100 a 200 novos casos para cada 100 mil indivíduos acima de 40 anos, com um aumento considerável após os 60 anos.
Antes da rivastigmina
Antes da incorporação da rivastigmina, o SUS já fornecia tratamentos medicamentosos, fisioterapêuticos e implantes de eletrodos para estimulação cerebral. Contudo, faltava uma alternativa específica para tratar a demência associada ao Parkinson. Com a aprovação desse medicamento, espera-se melhorar a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que cerca de 30% deles desenvolvem demência.
Eficácia
Os estudos que comprovaram a eficácia da rivastigmina no controle dos sintomas cognitivos foram essenciais para sua adoção. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avaliou positivamente o impacto do medicamento, que reduz sintomas como lentidão cognitiva, déficits de atenção e memória, além de alucinações e delírios.
Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, ressaltou a importância do novo tratamento. “Com o envelhecimento da população brasileira já consolidado, enfrentamos o desafio de tratar doenças sem cura, como o Parkinson, que afeta muitos brasileiros. Esses pacientes, juntamente com seus familiares e cuidadores, precisam do apoio do SUS para acessar tratamentos que melhorem sua qualidade de vida.”
A rivastigmina, já usada na doença de Alzheimer, agora se torna a primeira e única medicação aprovada para tratar a demência em pacientes com Parkinson pelo SUS. Este medicamento atua inibindo enzimas que degradam neurotransmissores no cérebro, essenciais para a comunicação neuronal, ampliando os benefícios ao melhorar sintomas psicológicos e comportamentais.
Benefício para saúde pública
Essa inclusão não apenas beneficia diretamente os pacientes, mas também marca um progresso nas políticas de saúde pública voltadas para doenças neurodegenerativas, que muitas vezes carecem de tratamentos específicos.
Com a adição da rivastigmina ao portfólio terapêutico do SUS, espera-se que mais pacientes tenham acesso a tratamentos capazes de deter a progressão da doença e aliviar os sintomas, proporcionando uma vida melhor não só para eles, mas também para seus familiares e cuidadores.
A adoção da rivastigmina pelo Ministério da Saúde reflete um compromisso contínuo com a melhoria do cuidado aos pacientes com Parkinson no Brasil, assegurando que a saúde pública se adapte e responda às necessidades de uma população que continua a envelhecer.