Uma recente pesquisa do Datafolha revela que uma ampla maioria dos brasileiros, representando 68%, opta por produtos que oferecem embalagens recicláveis. Este dado surge de um estudo realizado entre os dias 13 e 21 de maio, envolvendo 2.010 participantes de diferentes regiões do país, todos com 16 anos ou mais.
A pesquisa destacou uma preferência marcante por embalagens recicláveis entre diferentes faixas etárias, especialmente aquelas acima de 45 anos, onde 72% dos entrevistados nesta categoria manifestaram essa preferência. Os dados aumentam entre os cidadãos de 60 anos ou mais, com 69% afirmando escolher produtos recicláveis.
Por outro lado, a relutância em adquirir produtos cujas embalagens não são recicláveis também foi notada, embora em menor escala. Apenas 18% dos entrevistados admitiram já ter evitado a compra de produtos por esse motivo. Entre os mais velhos, essa preocupação é ligeiramente maior, com 24% dos indivíduos de 60 anos ou mais evitando tais produtos.
Educação e reciclagem: um vínculo evidente
Interessantemente, a pesquisa também traçou um paralelo entre o nível educacional dos entrevistados e suas preferências por embalagens recicláveis. Entre aqueles com ensino fundamental e médio, 69% mostraram-se favoráveis a tais embalagens. No entanto, esse número cai para 63% entre aqueles com ensino superior, sugerindo uma variação nas atitudes baseadas na educação formal.
A disposição para evitar produtos com embalagens não recicláveis também variou com o nível de educação. Um quarto dos participantes com ensino fundamental indicou ter deixado de comprar por essa razão, em comparação com 16% e 15% dos grupos de ensino médio e superior, respectivamente.
A realidade da indústria e as perspectivas
Apesar da clara preferência dos consumidores, muitos produtos no mercado brasileiro ainda não oferecem embalagens recicláveis. Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), compartilhou com a Folha de São Paulo que o desafio está na viabilidade econômica para a indústria. Ela enfatizou a importância de equilibrar os direitos e deveres dos cidadãos no contexto do consumo sustentável.
“É essencial considerarmos não apenas os direitos do consumidor, mas também os seus deveres como parte de uma sociedade consciente”, observou Luciana. Além disso, ela também mencionou o papel fundamental do governo em promover a conscientização sobre reciclagem, comparável às campanhas sobre vacinação e segurança no trânsito.
