Curtas-metragens brasileiros dirigidos por mulheres cis, trans, travestis e pessoas não-binárias podem ser inscritos na 3A Mostra Nacional CineMarias até 13 de junho. A inscrição deve ser feita no site cinemarias. Aceitam-se filmes com duração de até 25 minutos, produzidos entre janeiro de 2021 e 1º de maio de 2024. Podem participar curtas de ficção, documentário e animação, excluindo fashion movies e séries.
Os filmes inscritos irão compor duas mostras competitivas: uma capixaba e outra nacional. Haverá premiação em dinheiro no valor de R$ 2 mil para cada categoria e troféus para melhor filme e melhor direção. A escolha das vencedoras será feita por um júri técnico contratado pela organização. O evento é gratuito e ocorrerá de 19 a 21 de setembro no Cine Metrópolis da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.
Programação e Atividades
A programação contará com mais de 30 horas de atividades, incluindo workshops, masterclasses, bate-papos, painéis e shows musicais com atrações locais e nacionais. A programação completa será divulgada um mês antes do evento no site cinemarias e no Instagram @cinemarias.
A cada ano, a mostra traz uma temática ligada aos eventos nacionais. Este ano, o tema é “Poéticas do fim do mundo”, abordando novos meios de comunicação e representação, direitos humanos, direito da natureza, equidade de gênero e raça, e saúde pública. Serão convidadas ativistas para debater com o público essas pautas. A segurança para as mulheres que trabalham com direitos humanos no Brasil também será destaque.
Origem e Inspiração
O nome da mostra foi inspirado na Lei Maria da Penha. Segundo Luana Laux, diretora de programação, a mostra visa fortalecer a representação feminina e não-binária no audiovisual e na cultura, utilizando o audiovisual como espaço de poder. As ações educativas incluem oficinas e painéis sobre o combate à violência contra a mulher.
Apesar de eventos como a 3A Mostra CineMarias, a presença de lideranças femininas em produções audiovisuais no Brasil ainda é baixa. Segundo um estudo de 2019 da Ancine e UFSC, apenas 19% dos filmes brasileiros foram dirigidos por mulheres, nenhuma negra. Em 2022, o estudo do Gemaa mostrou que nenhuma mulher dirigiu filmes de grande público, evidenciando a falta de diversidade racial e de gênero no cinema brasileiro.