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Mulher que sofria de trombofilia celebra gravidez em Pernambuco

A condição predispõe à formação de trombose em indivíduos com anomalias nos fatores de coagulação sanguínea.

Aline Tavares, uma representante comercial de 40 anos residente em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, sempre nutriu o desejo de ser mãe. Após duas gravidez inesperadas em sua juventude, ela foi diagnosticada com Trombofilia, uma condição que, em alguns casos, pode levar ao aborto. Para realizar o sonho de ter seu terceiro filho, Aline passou por um longo processo que envolveu a administração de 294 injeções.

Em 1999, aos 16 anos, Aline se deparou com o que para muitas mulheres representa o ápice da vida: a maternidade. Estudante do ensino médio na época, ela foi surpreendida pela primeira gravidez, sem ter planejado assumir tal responsabilidade tão jovem. Naquele período, a falta de informação tornava a gravidez na adolescência um tabu na sociedade, muitas vezes encarada como um fardo. Contudo, para Aline, foi o início da realização de um sonho. Seu primogênito, Uberdan Tavares, nasceu no dia 01 de janeiro de 2000.

Aos 35 anos, em 2017, Aline recebeu a feliz notícia de que estava grávida mais uma vez. Embora estivesse repleta de alegria por ter a oportunidade de dar à luz pela terceira vez, ela enfrentou momentos de grande desafio. Com apenas um mês de gestação, um ultrassom revelou que havia perdido o bebê.

“Eu nunca senti uma dor daquela, eu nunca imaginei que depois de um (teste de gravidez positivo), eu iria sentir uma dor daquela. No Dia dos Pais de 2017 eu senti umas dores absurdas, tive que ir pro bloco (do hospital) fazer curetagem. E ali eu começava meu luto”, relatou Aline ao G1.

Em janeiro de 2018, Aline engravidou novamente, porém, enfrentou outra perda na primeira semana de gestação devido a um sangramento. Abalada e temerosa pelas duas experiências dolorosas, ela decidiu investigar as causas dos abortos. Percorrendo consultórios médicos, submeteu-se a uma série de exames, revelando que sofria de trombofilia.

Entenda o que é trombofilia

Essa condição médica predispõe à formação de coágulos sanguíneos em pessoas com anomalias nos fatores de coagulação do sangue, aumentando o risco de trombose. Esses coágulos podem interferir no fluxo sanguíneo para a placenta, resultando nos abortos anteriores de Aline. Após esse diagnóstico, ela enfrentou outra perda na terceira gestação.

O terceiro positivo

Depois de receber o diagnóstico da doença, Aline começou o tratamento com medicamentos injetáveis para prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Com a chance de engravidar diminuindo e os riscos aumentando, ela estava prestes a passar por duas cirurgias, uma no ovário e outra no útero, para evitar futuras gestações. Antes dos procedimentos, por precaução, Aline decidiu fazer um exame beta HCG, e para sua surpresa, descobriu que estava grávida novamente.

“Ali eu me ajoelhei, comecei a agradecer a Deus, eu já sentia no meu coração que seria diferente. Era meia noite, uma hora da manhã e eu fui numa farmácia 24h e não tinha a Clexane (injeção). Só tinha uma em casa. Eu apliquei na barriga e fui atrás de mais no outro dia”, finalizou Aline.

 

Aline Tavares e sua filha Maria Eduarda (Foto: Arquivo pessoal enviada ao G1)

 

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