Em 15 de abril de 2019, um grande incêndio devastou a Catedral de Notre Dame em Paris, ameaçando destruir o conhecido monumento histórico. Rapidamente, bombeiros e funcionários trabalharam juntos numa operação de salvamento, evitando que o fogo consumisse as torres sineiras e importantes tesouros como os sinos, o Grande Órgão e as famosas rosetas de vitrais. Além disso, colmeias localizadas no telhado foram preservadas junto com valiosas obras de arte e relíquias históricas.
O destino das pinturas dos ‘Mays’ após o incêndio
Nas semanas que se seguiram, peritos avaliaram os danos causados pelo fogo, fumaça e água. Uma coleção de 13 pinturas do século XVII, conhecidas como ‘Mays’, foi cuidadosamente retirada da catedral. Estas obras, originalmente penduradas nas capelas laterais e muitas vezes negligenciadas pelos visitantes, foram depois restauradas por especialistas do Mobilier National. Segundo Emmanuel Pénicaut, diretor das coleções do Mobilier National, a rápida ação de resgate foi crucial para preservar essas pinturas com danos mínimos.
Tesouros salvos de Notre Dame: nova exposição celebra a restauração e história
Uma nova exposição no Mobilier National, em Paris, aberta ao público, destaca os esforços contínuos para “restaurar e repensar” a Notre-Dame cinco anos após o incêndio. A mostra inclui não só as 13 pinturas dos ‘Mays’ restauradas, mas também nove outras pinturas religiosas e um tapete da capela-mor que sobreviveram ao incêndio. Além disso, são exibidas 14 grandes tapeçarias do século XVII e móveis contemporâneos que serão usados na catedral renovada.
A história artística e religiosa dos ‘Mays’
Os ‘Mays’ são pinturas a óleo criadas entre 1630 e 1707, encomendadas pela Confrérie des Orfèvres de Paris para celebrar a fé católica após as Guerras Religiosas Francesas. Cada maio, uma nova obra era apresentada à estátua da Virgem Maria na entrada da catedral. As pinturas, que haviam sido dispersas durante a Revolução Francesa e alteradas na sua disposição por Eugène Viollet-le-Duc, influente arquiteto e teórico francês, no século XIX, foram majoritariamente restauradas e agora retornam a uma configuração que reflete sua exibição original.
“A exposição é uma oportunidade de vê-los todos em um só lugar, na ordem em que foram pintados, que é como teriam sido originalmente exibidos. O que você vê agora é como eles seriam no dia em que foram concluídos”, afirma Pénicaut.
Continuidade e restauração: o legado continua
A exposição não só celebra a restauração dos ‘Mays’, mas também enfatiza a continuidade cultural e artística de Notre Dame. A reabertura da catedral está planejada para 8 de dezembro.
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