Inicialmente focado na síndrome coronariana aguda, o projeto expandiu seu alcance ao longo dos anos para incluir condições como acidente vascular cerebral e sepse, adaptando-se continuamente às demandas do cenário de saúde. Até o momento, o projeto já abrange 885 unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo 735 pelo Hospital do Coração (HCor) e 150 pela Beneficência Portuguesa (BP), espalhadas por todo o país.
Impacto Clínico
Desde o início, a parceria tem permitido a realização o atendimento cardiológico no SUS através de eletrocardiogramas com laudos entregues em aproximadamente três minutos. A gerente de Projetos de Assistência e Saúde Digital de Responsabilidade Social do HCor, Patricia Vendramim, destacou que essas intervenções são cruciais para o diagnóstico rápido e preciso, resultando em uma redução no tempo de diagnóstico e tratamento.
“O tempo inteiro, a gente qualifica os profissionais que estão na linha de frente nesses serviços de urgência e emergência que são UPAs, no país inteiro”, disse Patricia à Agência Brasil.
Resultados Significativos
A eficácia do projeto é evidenciada pelos resultados alcançados até agora: redução de 44% na taxa de mortalidade, aumento de 33% na adesão à terapia medicamentosa, e uma diminuição de 59% no tempo de realização do eletrocardiograma nas UPAs participantes. Estes avanços sublinham a importância da melhoria contínua no atendimento SUS.
Futuro do Projeto
Com o projeto programado para continuar até 31 de dezembro de 2026, os próximos passos incluem a ampliação dos serviços para todas as unidades participantes, garantindo a qualidade assistencial através de tutorias e consultorias, conforme explicado por Camilla Nicolino, coordenadora de Projetos da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Camilla também ressaltou o foco na gestão eficiente do fluxo de pacientes para minimizar o tempo de permanência nas UPAs, um componente essencial para reduzir o impacto em situações de alta demanda.
“Só no triênio 2021/2023, foram emitidos mais de 750 mil laudos de eletrocardiogramas que proporcionaram uma discussão clínica e identificação precoce de pacientes com arritmias e infartos, resultando em redução de mortalidade e aumento de medidas que previnem eventos isquêmicos, o que é um grande diferencial quando se fala de saúde pública, de complexidade assistencial e trabalhando nesse âmbito de rede”, comentou Camilla.
Projeto
Desde 2009, o projeto Boas Práticas Cardiovasculares, uma colaboração entre o Hospital do Coração (HCor), a Beneficência Portuguesa (BP) e o Ministério da Saúde, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), tem contribuído muito para a melhoria do atendimento cardiológico na parceria, particularmente no tratamento de condições cardiovasculares em nível nacional.