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Mãe ganha redução de jornada de trabalho para cuidar de filho autista

Decisão do TRF permite jornada menor para mãe de autista
Mãe ganha redução de jornada de trabalho para cuidar de filho autista

O Tribunal Regional Federal (TRF) emitiu uma decisão que permite a redução da carga horária de uma servidora pública, residente no Pará, para que ela possa se dedicar ao tratamento de seu filho, diagnosticado com o transtorno do espectro autista (TEA). Com essa determinação, a funcionária terá sua jornada de trabalho reduzida para quatro horas diárias, totalizando 20 horas semanais, sem necessidade de compensar esse tempo nem redução salarial.

O desembargador federal Marcelo Albernaz, ao comentar o caso, mencionou que os documentos médicos submetidos ao processo revelam a importância do acompanhamento parental intensivo no desenvolvimento do menor. “No caso em exame, os atestados e laudos médicos, juntamente com a avaliação da Junta Médica Oficial, comprovam a necessidade de tratamento intensivo, que demanda a presença mais ativa da mãe”, explicou Albernaz.

Ele também salientou a influência que a presença materna tem no tratamento. “Fica clara a necessidade de acompanhamento pela mãe por mais tempo do tratamento do filho, cuja ausência poderá comprometer sobremaneira o saudável desenvolvimento do seu filho, o que não se pode admitir”, declarou o desembargador.

Por outro lado, a União contestou a decisão de primeira instância que favoreceu a servidora. Argumentou que não existe previsão legal que permita a redução da carga horária de trabalho sem correspondente compensação de horas. Adicionalmente, defendeu que, embora a proteção à família seja um princípio constitucional, as necessidades particulares não podem se sobrepor ao interesse público, nem desrespeitar outros princípios constitucionais.

No entanto, a 1ª Turma do TRF da 1ª Região decidiu por unanimidade rejeitar a apelação da União e manter a sentença que permite a redução da jornada de trabalho da servidora. Esta decisão reflete um entendimento de que as condições particulares do caso justificam uma exceção à regra geral, reconhecendo a importância do suporte familiar no tratamento de condições como o TEA.

Este caso destaca o papel que o judiciário pode desempenhar em ajustar as normas de trabalho à realidade dos trabalhadores, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades em suas vidas pessoais. Também ressalta a importância de considerar os direitos dos indivíduos e as necessidades especiais de suas famílias nas decisões administrativas.

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