Pesquisadores da Universidade de Cambridge apresentaram um avanço promissor no desenvolvimento de tratamentos para a doença de Parkinson, utilizando inteligência artificial (IA) para acelerar o processo. O estudo, publicado na revista Nature Chemical Biology, revelou uma técnica que aumentou em dez vezes a eficiência na identificação de compostos para tratar a condição.
A doença de Parkinson, que afeta mais de seis milhões de pessoas no mundo, é caracterizada pela degeneração das células nervosas, causando sintomas como tremores, rigidez muscular e dificuldades de movimento. A aglomeração da proteína alfa-sinucleína no cérebro é um dos principais marcadores da doença.
Anteriormente, o processo de triagem de compostos para possíveis tratamentos era demorado, custoso e muitas vezes frustrado. Os cientistas de Cambridge decidiram aplicar IA para agilizar essa busca, reduzindo o tempo e os custos envolvidos.
O método desenvolvido pelos pesquisadores consiste no uso de aprendizado de máquina para analisar grandes bibliotecas químicas em busca de compostos capazes de inibir a aglomeração da alfa-sinucleína. Esta abordagem permitiu identificar rapidamente cinco compostos promissores para estudos adicionais.
Michele Vendruscolo, líder da pesquisa, destacou a importância do estudo, explicando que encontrar tratamentos eficazes para o Parkinson é um processo complexo e demorado. A nova técnica permitiu identificar moléculas capazes de interromper a propagação das proteínas agregadas no cérebro, um marco no desenvolvimento de medicamentos para a doença.
Os compostos identificados são centenas de vezes mais potentes e mais econômicos de serem produzidos do que aqueles desenvolvidos anteriormente. O avanço oferece uma nova esperança para os pacientes com Parkinson, permitindo que potenciais tratamentos cheguem ao mercado de forma mais rápida e acessível.
A líder da pesquisa ressaltou o impacto da IA no processo de descoberta de medicamentos, enfatizando que a tecnologia está revolucionando a maneira como os pesquisadores abordam a busca por tratamentos. Com a redução de tempo e custo, os cientistas podem agora explorar múltiplos programas de descoberta de medicamentos simultaneamente, abrindo caminho para avanços ainda maiores no tratamento do Parkinson.